Estudo publicado na The Lancet afirma que o consumo de álcool em todo o mundo mata tanto quanto a pressão alta e o cigarro juntos. Pesquisadores pedem por políticas de controle internacionais e eficientes (foto: divulgação)

O peso do álcool
11 de fevereiro de 2005

Estudo publicado na The Lancet afirma que o consumo de álcool em todo o mundo mata tanto quanto a pressão alta e o cigarro juntos. Pesquisadores pedem por políticas de controle internacionais e eficientes

O peso do álcool

Estudo publicado na The Lancet afirma que o consumo de álcool em todo o mundo mata tanto quanto a pressão alta e o cigarro juntos. Pesquisadores pedem por políticas de controle internacionais e eficientes

11 de fevereiro de 2005

Estudo publicado na The Lancet afirma que o consumo de álcool em todo o mundo mata tanto quanto a pressão alta e o cigarro juntos. Pesquisadores pedem por políticas de controle internacionais e eficientes (foto: divulgação)

 

Agência FAPESP - Que o alcoolismo está se tornando cada vez mais alarmante não é novidade. O que pouco se sabe é a extensão do problema. Mas, de acordo com um novo estudo, a situação parece ser pior do que se imaginava. Segundo a pesquisa, o número de mortes e de incapacitados pelo consumo de álcool em todo o mundo equivale à soma dos casos provocados pela pressão alta e pelo fumo.

O estudo, publicado na edição de 5 de fevereiro da revista The Lancet, relata que o uso indiscriminado do álcool está ligado a mais de 60 diferentes doenças, que incluem problemas coronários, cirrose e câncer. O estudo foi conduzido por Robin Room, da Universidade de Estocolmo, na Suécia, Thomas Babor, da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, e Jürgen Rehm, do Centro para Dependência e Saúde Mental, do Canadá.

A pesquisa também analisa a importância de políticas de controle, tomando como base os padrões do Reino Unido, onde a maioria dos bares tem restrições quanto aos horários para servir bebidas. De acordo com uma estimativa feita pelos pesquisadores, um aumento de 10% no preço das bebidas seria suficiente para provocar quedas de 7% na mortalidade por cirrose em homens e de 8,3% em mulheres.

Os autores ressaltam que os estudos feitos até o momento sobre alcoolismo têm falhado em provocar impactos relevantes sobre as políticas de saúde públicas.

"Há uma enorme discrepância entre os resultados de estudos sobre a eficiência de medidas de controle e as opções políticas adotadas pela maioria dos governos. Na maior parte dos países, os interesses da indústria têm vetado as medidas mais eficientes, direcionando a ênfase no combate ao problema a estratégias pouco efetivas, como práticas de orientação", disse Room em comunicado da The Lancet.

Da mesma forma como tem sido feito em relação ao consumo de tabaco, os autores do estudo pedem que sejam criados mecanismos severos e globais de controle. "Em um mundo de mercados cada vez mais comuns, uma política sobre o uso do álcool não é mais uma questão nacional, mas sim internacional", afirma Room.

O artigo Alcohol and public health, de R. Room, T. Babor e J.Rehm, pode ser lido no site da The Lancet, em www.thelancet.com


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