Manchas solares (National Solar Observatory)

O mais antigo índice da atividade solar
14 de outubro de 2003

Estudo publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física faz uma revisão sobre as ainda enigmáticas manchas solares, as regiões mais frias e mais escuras do sol. Por possuirem intensos campos magnéticos, elas emitem menos energia em comparação ao restante da superfície solar

O mais antigo índice da atividade solar

Estudo publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física faz uma revisão sobre as ainda enigmáticas manchas solares, as regiões mais frias e mais escuras do sol. Por possuirem intensos campos magnéticos, elas emitem menos energia em comparação ao restante da superfície solar

14 de outubro de 2003

Manchas solares (National Solar Observatory)

 

Agência FAPESP - Em 1843 foi descoberto um ciclo regular médio da atividade solar próximo dos 11 anos. O diretor do observatório astrônomico de Zurique, Rudolf Wolf, menos de uma década depois, conseguiu, com grande esforço científico, reconstruir uma série de médias anuais da atividade solar desde 1700.

O número de manchas que aparecem no sol, ao longo dos anos, nunca mais deixariam de ser importante para os astrônomos. As manchas solares são regiões mais frias e mais escuras do que a fotosfera solar circunvizinha. Elas emitem menos energia porque possuem intensos campos magnéticos, que bloqueiam parcialmente a energia transmitida para cima pelas células de convecção.

Conforme mostra Ezequiel Echer, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em seu artigo O Número de Manchas Solares, Índice da Atividade do Sol , a preocupação de Wolf no século XIX era bastante pertinente. No texto publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física , o pesquisador brasileiro e mais cinco colaboradores fizeram uma revisão sobre os conceitos básicos das manchas solares, o índice mais antigo da atividade solar, que continuam sendo aplicados.

A partir da equação criada por Wolf, em 1850, pode-se perceber, por exemplo, que a oscilação característica do período de 11 anos realmente existe. Além disso, as variações de períodos mais longos, com máximos mais e menos intensos, também são detectadas pelas observações feitas a partir dos cálculos de Wolf.

Dados mais recentes, obtidos pelos pesquisadores entre 1980 e 2002, permitiram identificar a grande assimetria que existe no ciclo solar. Considerado um período de 22 anos, com o máximo solar em 1990, se identificou uma ascendência na atividade solar, do mínimo para o máximo, de quatro anos. O processo inverso demorou um ou dois anos a mais para ocorrer. Os cientistas já sabem que esse padrão se repete nos ciclos solares em geral.

Se a ciência identificou relações positivas entre o ciclo solar na alta atmosfera da Terra e a camada de ozônio terrestre, o mesmo não se aplica aos possíveis efeitos do ciclo solar no clima da Terra. Estudos nessa linha estão sendo feitos, mas o assunto ainda é bastante controverso. Segundo o artigo publicado por Echer, existem várias evidências indicando uma variação de 11 anos em diversos parâmetros climáticos.

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