O Cyclone 4 ucraniano
Depois da tragédia de sexta-feira na Base de Alcântara, em que 21 pessoas morreram, a intenção da Agência Espacial Brasileira é, primeiro, dar assistência irrestrita às famílias dos heróis brasileiros, para, depois, traçar planos para os próximos anos
Depois da tragédia de sexta-feira na Base de Alcântara, em que 21 pessoas morreram, a intenção da Agência Espacial Brasileira é, primeiro, dar assistência irrestrita às famílias dos heróis brasileiros, para, depois, traçar planos para os próximos anos
O Cyclone 4 ucraniano
Agência FAPESP - Um minuto de silêncio no Peru, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrava. Condolências nacionais e internacionais. A segunda-feira (25/8), que deveria entrar para a história do Brasil por causa do lançamento do terceiro protótipo do veículo lançador de satélites (VLS-1 03), o primeiro totalmente brasileiro, foi marcada pela solidariedade às famílias dos 21 heróis brasileiros que perderam suas vidas três dias antes, na plataforma de lançamento da Base de Alcântara, no Maranhão.
Na mesma sexta (22/8) em que acontecia o maior acidente da história do Programa Espacial Brasileiro, era realizada em Brasília uma reunião que pode oferecer algum tipo de esperança para o difícil recomeço. Brasileiros e ucranianos assinavam um acordo que prevê que, até o fim de 2006, um foguete ucraniano, o Cyclone 4, será lançado a partir da Base de Alcântara, no Maranhão.
O local exato a ser utilizado pelo novo projeto, dentro da área militar maranhense, será diferente do que estava sendo usado na sexta-feira, no momento do acidente. O acordo deverá ser assinado oficialmente em outubro e depois ainda terá que ser apreciado pelo Senado Federal.
Segundo a parceria, será criada uma joint venture com a participação de Brasil e Ucrânia. O lado brasileiro será representado pela Infraero. Apenas para a construção da infra-estrutura de lançamento do foguete serão investidos US$ 100 milhões. Os dois países vão desembolsar, na fase prevista pelo acordo de cooperação, a mesma quantia. Os ucranianos, que já lançaram com sucesso os três primeiros foguetes da série Cyclone, também vão investir na própria construção do equipamento.
O acordo com a Ucrânia é um sinal de que o Programa Espacial Brasileiro deve continuar. A afirmação, desde o dia da tragédia, vem sendo repetida tanto pelo ministro da Defesa, José Viegas, como pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. A carga útil do Cyclone 4, satélites que serão colocados em órbita, é que ainda não está definida, informou a Agência Espacial Brasileira.
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