Equipe da Unicamp descobre propriedades inesperadas de materiais magnéticos (foto: Miguel Boyayan)

O frio e o calor que vêm dos ímãs
12 de abril de 2005

Equipe da Unicamp descobre propriedades inesperadas de materiais magnéticos. Leia na reportagem da nova edição da revista Pesquisa FAPESP

O frio e o calor que vêm dos ímãs

Equipe da Unicamp descobre propriedades inesperadas de materiais magnéticos. Leia na reportagem da nova edição da revista Pesquisa FAPESP

12 de abril de 2005

Equipe da Unicamp descobre propriedades inesperadas de materiais magnéticos (foto: Miguel Boyayan)

 

Por Carlos Fioravanti

Revista Pesquisa FAPESP - Novos conceitos científicos estão transformando o modo como os eletrodomésticos funcionam. Primeiro foi a televisão, cuja imagem não é mais gerada apenas pela colisão de elétrons ultra-acelerados com uma tela fluorescente.

Aparelhos com telas de cristal líquido ou de plasma, por meio de correntes elétricas ou de gases que originam os sinais luminosos, oferecem imagens mais nítidas, ainda que a um preço equivalente ao de um carro - de R$ 20 mil a R$ 80 mil.

O próximo aparelho a passar por uma metamorfose similar deve ser a geladeira: a próxima geração não vai funcionar por meio da expansão e da contração de um gás, que retira calor do ar ao circular pelos canos das paredes do refrigerador, mas por meio da ação de campos magnéticos, que devem cumprir a mesma tarefa com maior eficiência e menor perda de energia.

Nos protótipos de refrigeradores magnéticos - já em desenvolvimento em alguns países como Estados Unidos, Japão e França - o material adotado para reduzir a temperatura é o gadolínio, um metal escolhido por ser maleável e por apresentar uma eficiência aceitável à temperatura ambiente.

Mas é quase certo que o gadolínio seja provisório: para os novos refrigeradores, buscam-se materiais capazes de esfriar ou esquentar com maior eficiência quando submetidos a um campo magnético. Descobertas recentes realizadas em Campinas mostram que podem de fato existir alternativas com melhor capacidade de refrigeração.

Físicos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) verificaram que um composto formado por manganês e arsênio, sob alta pressão, apresenta uma capacidade de retirar calor do ambiente 20 vezes maior que a do gadolínio à pressão ambiente, de 1 atmosfera, a mesma sob a qual vivemos na superfície do planeta.

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