A brasileira Ruth Nussenzweig, da Universidade de Nova York, apresentou que considera ser a direção científica mais eficaz para imunizar os seres humanos contra a malária
(foto: E.Geraque)

O caminho da imunização
05 de março de 2004

A cientista brasileira Ruth Nussenzweig, da Universidade de Nova York, apresentou no Simpósio Internacional de Neurociência, em Natal, o que considera ser a direção científica mais eficaz para imunizar os seres humanos contra a malária

O caminho da imunização

A cientista brasileira Ruth Nussenzweig, da Universidade de Nova York, apresentou no Simpósio Internacional de Neurociência, em Natal, o que considera ser a direção científica mais eficaz para imunizar os seres humanos contra a malária

05 de março de 2004

A brasileira Ruth Nussenzweig, da Universidade de Nova York, apresentou que considera ser a direção científica mais eficaz para imunizar os seres humanos contra a malária
(foto: E.Geraque)

 

Por Eduardo Geraque, de Natal

Agência FAPESP - Com apenas uma dose da vacina contra a febre amarela se está imunizado por dez anos. Um modelo de eficiência como esse, para combater uma doença infeciosa típica de países tropicais, não poderia ser desprezado pela ciência.

Esse caminho de sucesso está sendo perseguido para outra doença, a malária, por Ruth Nussenzweig, da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, em pesquisa conjunta com integrantes do Instituto Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro.

"Acredito que esse seja o caminho mais promissor. A partir da vacina que já existe para febre amarela poderemos fazer uma outra, que poderá imunizar contra a malária", disse Ruth à Agência FAPESP.

"Inclusive, já foram feitos testes em macacos rhesus, no Instituto Oswaldo Cruz, e a vacina se mostrou ser pouco tóxica", revelou a cientista, que nos Estados Unidos trabalha ao lado do marido, Victor Nussenzweig. "Também é possível utilizar vírus recombinantes nesse modelo, para que a vacina funcione contra os dois tipos de plasmódio."

Se dentro das quatro paredes do laboratório o caminho parece promissor, apesar do processo ser longo, fora dele Ruth tem certeza sobre qual estratégia deve ser seguida, para que um tipo de vacina como essa possa ganhar escala comercial.

"Sem a participação da iniciativa privada, nada será feito. É preciso que sejam feitas parcerias no setor biotecnológico. Apenas assim será possível pesquisar, formular e distribuir uma vacina como essa", afirmou a pesquisadora, que trabalha há décadas com experimentos imunológicos.

Apesar de morar atualmente no exterior, Ruth não tem dúvidas de que, em se tratando de doenças tropicais, infecções que acabam atingindo grande parte da população brasileira, os esforços precisam ser feitos por aqui. "O país tem todas as condições para isso", disse.


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