O alerta dos foraminíferos
09 de março de 2004

Investigação realizada em enseada da Baía de Guanabara mostra alta poluição por metal pesado. O estudo se baseou na ocorrência e distribuição de espécies de protozoários que secretam carapaças calcárias, considerados excelentes bioindicadores

O alerta dos foraminíferos

Investigação realizada em enseada da Baía de Guanabara mostra alta poluição por metal pesado. O estudo se baseou na ocorrência e distribuição de espécies de protozoários que secretam carapaças calcárias, considerados excelentes bioindicadores

09 de março de 2004

 

Agência FAPESP - Eles são microscópicos. Vivem no meio do sedimento aquático e podem muito bem indicar a saúde ambiental de um ecossistema. Os foraminíferos, protozoários com carapaças de cálcario, foram escolhidos por um grupo de pesquisadores do Rio de Janeiro para revelar a poluição por metal pesado das águas de um trecho da Baía de Guanabara. Os resultados da pesquisa estão publicados na edição atual dos Anais da Academia Brasileira de Ciências.

Como os níveis de contaminação são altos na região investigada, uma análise detalhada das assembléias de foraminíferos bentônicos serviu como alerta. A carapaça pouco desenvolvida, segundo os cientistas, é sinal claro de que o estresse no ambiente é bastante grande. O baixo número de espécies também é outro indicador de que a situação está ruim.

Não apenas a quantidade, mas a qualidade dos espécimes serve para mostrar o elevado desequílibrio no fundo da Baía de Guanabara. As chamadas espécies oportunistas, como Ammonia tepida, Buliminella elegantissima e Bolivina iowmani , foram as mais presentes nas estações amostrais.

Além dos metais pesados presentes no lodo, a concentração de matéria orgânica no ambiente está acima do normal, o que pode indicar a presença de esgoto na região. No local, além das atividades antrópicas, também funciona uma das maiores bases navais do país.

Os cientistas defendem o uso dos foramíferos, que possuem grande sensibilidade às variações ambientais, como bioindicadores, uma vez que as pesquisas apresentam um custo muito baixo. Em zonas muito poluídas, em todas as partes do mundo, esses protozoários estão sempre entre os primeiros a dar o alerta.

Para ler o artigo disponível na biblioteca on-line SciELO clique aqui.


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