Estudo determina quantidade ideal de nutrientes para quatro hortaliças diferentes cultivadas pelo sistema de hidroponia (Foto: Instituto Agronômico - IAC)

Nutrientes em hortaliças sob medida
26 de janeiro de 2010

Trabalho da Unesp Jaboticabal estabelece as quantidades necessárias de 16 nutrientes para evitar desperdícios em hidroponia

Nutrientes em hortaliças sob medida

Trabalho da Unesp Jaboticabal estabelece as quantidades necessárias de 16 nutrientes para evitar desperdícios em hidroponia

26 de janeiro de 2010

Estudo determina quantidade ideal de nutrientes para quatro hortaliças diferentes cultivadas pelo sistema de hidroponia (Foto: Instituto Agronômico - IAC)

 

Por Fábio Reynol

Agência FAPESP – Um estudo realizado no campus de Jaboticabal da Universidade Estadual Paulista (Unesp) pode gerar economia e evitar desperdícios na produção de hortaliças por meio do método de hidroponia.

A equipe do professor Renato de Mello Prado, da Faculdade de Ciências Agrárias da Unesp, analisou a absorção de 16 nutrientes em quatro tipos de hortaliças: beterraba, couve-flor, repolho e tomate. O trabalho contou com o apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa - Regular.

O estudo conseguiu estimar a quantidade de cada nutriente de que essas espécies necessitam para o seu desenvolvimento. Esses dados são particularmente importantes para o sistema de cultivo hidropônico, no qual a planta é isolada do solo e tem que receber nutrientes através de uma solução colocada no vaso.

O trabalho se destacou por ter analisado todos os nutrientes de que as plantas necessitam, incluindo os absorvidos em maior quantidade, chamados de macronutrientes, como nitrogênio, fósforo e potássio, por exemplo, e também os micronutrientes como ferro, manganês e boro.

Além desses, a equipe também avaliou a absorção dos elementos que não fazem parte da solução nutritiva, pois estão presentes na água e no ar: o carbono, o hidrogênio e o oxigênio. “A maioria dos estudos limita-se a avaliar a resposta pontual das hortaliças a um elemento isolado”, comenta Prado.

De acordo com a pesquisa, o elemento mais desperdiçado pelos agricultores hidropônicos é o nitrogênio. O trabalho revelou que se costuma empregar nas produções uma quantidade entre 30% e 40% maior que a necessária para o desenvolvimento dos vegetais.

Eliminar desperdícios

“O nosso objetivo foi justamente identificar a exigência da planta para só colocar a quantidade de que ela precisa, evitando perdas”, esclarece o professor, que salienta que o excesso acaba contaminando o meio ambiente além de representar desperdício de dinheiro e, às vezes, de recursos não renováveis.

Todo o processo envolveu genótipos novos, de acordo com Prado. Esse detalhe é importante porque o melhoramento genético e até a eficiência nutricional acabam mudando as características genéticas dos vegetais ao longo do tempo. As plantas cultivadas atualmente são geneticamente diferentes de suas antecessoras e conseguem, por exemplo, desenvolver folhas e frutos maiores consumindo a mesma quantidade de nutrientes.

Ao aferir a quantidade exata de cada nutriente, o trabalho da Unesp ajuda a aumentar a eficiência da cultura hidropônica, que, apesar de ser mais cara que a plantação no solo, apresenta vantagens importantes. Os vegetais ficam livres de pragas e doenças provenientes do solo e a produtividade costuma ser maior, compensando assim, segundo Prado, os custos mais elevados.

“Além disso, como são menos sujeitas a ataques de pragas, as hortaliças recebem doses bem menores de defensivos agrícolas, o que aumenta a qualidade do produto e ainda reduz custos”, salienta o pesquisador. Ele afirma ainda que o investimento inicial das culturas hidropônicas acaba se diluindo com o passar do tempo.
 

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