Números inéditos
17 de novembro de 2003

Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil é lançado pela Editora da Unicamp com informações inéditas, como a quantidade de investimentos no setor por parte do governo e iniciativa privada e a estimativa de que há mais de 12,5 milhões de pessoas trabalhando com C&T no país

Números inéditos

Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil é lançado pela Editora da Unicamp com informações inéditas, como a quantidade de investimentos no setor por parte do governo e iniciativa privada e a estimativa de que há mais de 12,5 milhões de pessoas trabalhando com C&T no país

17 de novembro de 2003

 

Agência FAPESP - O Brasil apresentou um crescimento na produção científica nacional nos últimos vinte anos, mas esse aumento não se transformou em desenvolvimento tecnológico capaz de gerar riqueza e desenvolvimento, uma vez que o número de patentes brasileiras ainda é baixo. Esta é uma das conclusões do livro Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil, lançado pela editora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), nesta segunda-feira (17/11).

O lançamento aconteceu no auditório da Biblioteca Central durante um seminário com o mesmo título da publicação. Os artigos do livro, que devem auxiliar na definição de políticas para a produção científica e o desenvolvimento tecnológico no país, foram organizados pelos economistas Eduardo Baumgratz Viotti, da Universidade de Brasília (UnB), e Mariano de Matos Macedo, da Universidade Ferderal do Paraná (UFPR).

Os números revelam que, de 1981 a 2000, a quantidade de artigos científicos publicados por autores nacionais subiu 400%, passando de 1.889 para 9.511. No mesmo período, a participação do país na produção científica mundial passou de 0,44% para 1,44%.

Apesar da evolução da produção científica nacional, em 2000 foram registradas apenas 98 patentes brasileiras nos Estados Unidos, enquanto que a Coréia do Sul, que tem uma produção científica equivalente à brasileira, registrou 3,3 mil.

O livro publicado pela Unicamp revela também alguns indicadores animadores, como a divulgação, pela primeira vez no país, de uma estimativa sobre recursos humanos brasileiros em C&T, realizada de acordo com o Manual de Camberra, uma metodologia internacionalmente utilizada para este tipo de pesquisa. Segundo o estudo, esse número foi estimado em 12,5 milhões de pessoas em 1999, um montante superior ao dos quinze países da União Européia, tomados individualmente, com exceção da Alemanha.

Entretanto, esses números não devem ser confundidos com o número de pesquisadores ou de pessoas que atuam em atividades de pesquisa e desenvolvimento, que são em número muito menor, conforme ressalta Sinésio Pires Ferreira, um dos autores do capítulo em questão. Segundo as estimativas do Ministério da Ciência e Tecnologia, esse contingente era inferior a 165 mil pessoas em 2000.

"Os Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia (RHCT) correspondem às pessoas que possuem titulação superior ou que, mesmo não atingindo esse nível de escolaridade, estão inseridas em ocupações relacionadas com ciência e tecnologia, segundo as recomendações do Manual de Canberra, da OCDE. Trata-se portanto do conjunto de pessoas com alta qualificação, adquirida por meio da educação formal ou pelo exercício do trabalho; evidentemente, quando se dimensiona esse contingente em números absolutos, o Brasil se destaca, muito mais pela sua dimensão populacional do que pelo fato de possuir grande proporção de pessoas altamente qualificadas. Assim, as cerca de 12,5 milhões de pessoas classificadas com RHCT, em 1999, devem ser relativizadas, uma vez que correspondem a apenas 15,7% da PEA brasileira. Na Bélgica, por exemplo, as pouco mais de 2 milhões de pessoas classificadas como RHCT correspondem a 47,1% de sua população economicamente ativa", esclarece Ferreira.

A publicação reúne ainda informações inéditas sobre o sistema de C&T no país como a quantidade de investimentos no setor por parte do governo e iniciativa privada, o número de profissionais que trabalham atualmente em pesquisa e desenvolvimento, além de dados sobre o ritmo da inovação tecnológica nas empresas.

O livro traz também, por meio de gráficos e tabelas, a evolução da produção científica brasileira nos últimos anos, mostrando quais as áreas que mais avançaram e em que medida essa evolução tem resultado direto no desenvolvimento tecnológico do país.

Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil
Editora da Unicamp
Páginas: 616

Preço: R$ 90,00

Informações: (19) 3788-7235 ou 3788-7786


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