Ilustração mostra proximidade de um dos planetas descobertos em relação à estrela de seu sistema (divulgação)

Novos e muito quentes
28 de setembro de 2006

Dois planetas extra-solares são descobertos, um a 500 e outro a mil anos-luz da Terra. Por estarem próximos às suas estrelas, estão entre os mais quentes já observados

Novos e muito quentes

Dois planetas extra-solares são descobertos, um a 500 e outro a mil anos-luz da Terra. Por estarem próximos às suas estrelas, estão entre os mais quentes já observados

28 de setembro de 2006

Ilustração mostra proximidade de um dos planetas descobertos em relação à estrela de seu sistema (divulgação)

 

Agência FAPESP - Um grupo internacional de astrônomos anunciou a descoberta de dois novos planetas extra-solares. Ambos estão muito próximos de suas estrelas e, por isso mesmo, estão entre os planetas mais quentes observados até hoje.

O anúncio foi feito no Workshop de Planetas Extra-solares, realizado no Instituto Max Planck, na Alemanha, na terça-feira (26/9). Os pesquisadores descobriram os novos corpos celestes pela detecção da ínfima diminuição da luz provocada pela passagem desses em frente às estrelas.

Dos cerca de 200 planetas extra-solares já descobertos, apenas 12 haviam sido observados com essa técnica. Mas o sucesso deve motivar outros grupos a empregar tal método. "Esses dois são os primeiros em uma onda de novos tipos de planetas que serão encontrados", disse Stephen Kane, da Universidade da Flórida, um dos responsáveis pela descoberta.

Um dos planetas se encontra na constelação de Andrômeda, a cerca de mil anos-luz da Terra. O outro está na constelação de Delphinus ("golfinho"), a 500 anos-luz.

Chamados pelos astrônomos de "Júpiter quentes", por causa das altas temperaturas e dos tamanhos elevados, os dois novos planetas estão tão próximos de suas estrelas que completam suas órbitas em dois dias e em dois dias e meio, respectivamente. No Sistema Solar, Mercúrio, o planeta mais próximo ao Sol, tem uma órbita de 88 dias.

Os planetas são também muito mais quentes do que os do Sistema Solar. Enquanto a temperatura na superfície de Mercúrio é de cerca de 400º C – o que já tornaria inviável a vida humana –, nos planetas descobertos agora os valores passam dos 1.800ºC.

Segundo os cientistas responsáveis pela observação, há evidências de que a radiação estelar seja tão intensa que estaria varrendo as atmosferas dos planetas. "Acredita-se que um Júpiter quente tenha um tempo de vida significativamente reduzido por causa da proximidade com uma estrela", disse Kane, em comunicado da Universidade da Flórida.

As descobertas foram feitas por participantes do SuperWasp (de Wide Angle Search for Planets), um programa sediado na Inglaterra que tem o objetivo de detectar planetas além do Sistema Solar.


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