Depois de confirmar a ocorrência do Bothiurus asper, pesquisadores incorporam espécie à coleção científica do Laboratório de Aracnídeos da UnB (foto: Roberto Fleury/UnB Agência)
Depois de confirmar a ocorrência do Bothiurus asper, pesquisadores incorporam espécie à coleção científica do Laboratório de Aracnídeos da UnB. O animal teria vindo do Nordeste junto com migrantes
Depois de confirmar a ocorrência do Bothiurus asper, pesquisadores incorporam espécie à coleção científica do Laboratório de Aracnídeos da UnB. O animal teria vindo do Nordeste junto com migrantes
Depois de confirmar a ocorrência do Bothiurus asper, pesquisadores incorporam espécie à coleção científica do Laboratório de Aracnídeos da UnB (foto: Roberto Fleury/UnB Agência)
Agência FAPESP - Depois de identificada em 2002 na cidade-satélite de Paranoá, a 20 quilômetros de Brasília, uma determinada espécie de escorpião não foi mais vista na região. Isso até o fim de 2004, quando novos exemplares foram encontrados. Agora, os pesquisadores não têm mais dúvida de que o Bothiurus asper passou a integrar a fauna do Distrito Federal.
Como resultado, a espécie, originária do Nordeste do país, acaba de ser incorporada à coleção científica do Laboratório de Aracnídeos da Universidade de Brasília (UnB).
Segundo o professor do Departamento de Zoologia da UnB Paulo César Motta, o artrópode pode ter acompanhado os migrantes que chegaram ao Planalto Central. "Eles provavelmente trouxeram o escorpião dentro de seus móveis, objetos de decoração ou até mesmo em suas malas, durante a mudança", explicou Motta à Agência FAPESP.
Em outra cidade-satélite, Itapuã, também foi registrada a ocorrência do Bothiurus asper. "Isso confirma que o homem é um forte agente de dispersão dos escorpiões, que representam uma ameaça à saúde da população, além de poder expulsar espécies nativas de certas áreas por causa da competição", disse Motta.
Itapuã é bastante nova. Surgiu em julho de 2001, quando houve uma primeira ocupação na área. Atualmente, cerca de 60 mil pessoas moram naquela região, grande parte vinda do Norte e do Nordeste.
Depois de incorporada ao contexto do Distrito Federal, a nova espécie de escorpião continuará alvo de estudos. As próximas pesquisas serão focadas na potência do veneno e na ecologia do Bothiurus asper.
"Sabemos que, no Nordeste, ele é responsável por 2% das picadas de escorpião em humanos", conta Motta. "Por isso, nossa intenção é obter dados conclusivos que possam auxiliar no manejo do escorpião em caso de acidentes também por aqui."
Até então, existiam quatro espécies de escorpiões catalogadas no Distrito Federal, três delas nativas do cerrado: Tityus fasciolatus, Ananteris balzanii e Bothiurus araguayae. A outra, Tityus stigmurus, conhecida como escorpião-amarelo, é a mais perigosa em termos de acidente.
Conforme explica o professor da UnB, existem cerca de cem tipos de escorpião em todo o Brasil, mas, apesar de existir algum risco de morte, esse artrópode apenas atinge os seres humanos quando se sente ameaçado.
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