O ator Carlos Palma propõe na SBPC novas formas de popularização da ciência por meio de manifestações artísticas como o teatro (foto: T.Romero)

Novas formas de divulgação científica
20 de julho de 2004

O ator Carlos Palma propõe na 56ª Reunião Anual da SBPC novas formas de popularização da ciência por meio de manifestações artísticas como o teatro, que 'não pode desprezar o conhecimento científico e o avanço das novas descobertas'

Novas formas de divulgação científica

O ator Carlos Palma propõe na 56ª Reunião Anual da SBPC novas formas de popularização da ciência por meio de manifestações artísticas como o teatro, que 'não pode desprezar o conhecimento científico e o avanço das novas descobertas'

20 de julho de 2004

O ator Carlos Palma propõe na SBPC novas formas de popularização da ciência por meio de manifestações artísticas como o teatro (foto: T.Romero)

 

Por Thiago Romero, de Cuiabá

Agência FAPESP - Mostrar de que forma as diferentes manifestações artísticas podem contribuir para a popularização da ciência. Esse foi o fio condutor da conferência "Ciência, Cultura e Arte na Busca de Formas Novas e Criativas de Divulgação Científica", realizada na tarde desta segunda-feira (19/7), na 56ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

"Por serem espelhos de nossa realidade, manifestações artísticas como o teatro não podem desprezar o conhecimento científico e o avanço das novas descobertas", disse o ator Carlos Palma, do projeto ArteCiência no Palco, que desenvolve peças de teatro com o objetivo de despertar o interesse do público em geral pelos conceitos e princípios científicos. Palma está apresentando a peça Einstein durante a reunião que ocorre até sexta-feira (23/7), em Cuiabá.

Para divulgar a ciência de uma forma descontraída – e ao mesmo tempo atualizada – o ator defende a realização de peças de teatro que ensinem a ciência básica em escolas. Trata-se de um meio que tem a possibilidade de explicar, por meio da dramaturgia e improvisações, assuntos técnicos de disciplinas como a matemática, física e biologia. "Além de divertir e entreter, o teatro pode trazer para o palco interpretações que possam refletir sobre os conflitos e dramas morais da ciência e do cientista", disse.

Mas ele lembra que uma das grandes dificuldades encontradas atualmente é o pequeno interesse por parte dos autores brasileiros para a produção de textos voltados para o assunto. "É preciso que as pessoas despertem para a divulgação científica e comecem a escrever textos que representem, por exemplo, decisões sérias que os cientistas têm de tomar diante de suas pesquisas", disse Palma. "Assim como acontece na ciência, o público gosta de ser desafiado e de participar dos mistérios que estão sendo impostos."

Como prova de que a cultura científica pode ser difundida com eficiência para um grande número de pessoas, outra participante da conferência lembrou do desfile da Unidos da Tijuca, vice-campeã do Carnaval carioca de 2004, que transportou para a avenida um enredo que uniu arte, ciência e cultura.

"As pessoas puderam acompanhar as grandes invenções da humanidade, os sonhos que pareciam impossíveis e se tornaram realidade, além dos objetivos que ainda poderão ser conquistados", disse Isabel Azevedo, da Casa da Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No sambódromo, o desfile pôde ser visto por mais de 100 mil pessoas e, pela TV e internet, por cerca de 2 bilhões de pessoas em quase 200 países.

Segundo Isabel, o Carnaval deste ano se caracterizou como um palco privilegiado para a popularização da ciência. "Com o enredo O sonho da criação e a criação do sonho: a arte da ciência no tempo do impossível, a Unidos da Tijuca mostrou descobertas da ciência e inventos que mudaram a história. O público descobriu que ciência também se faz com fantasia, sonho e arte", disse.


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