Pesquisadores do Instituto de Biologia da Unicamp detectam sinais de isolamento reprodutivo entre populações de uma orquídea situadas em uma ilha e no continente (foto: Unicamp/divulgação)
Pesquisadores do Instituto de Biologia da Unicamp detectam sinais de isolamento reprodutivo entre populações de uma orquídea situadas em uma ilha e no continente
Pesquisadores do Instituto de Biologia da Unicamp detectam sinais de isolamento reprodutivo entre populações de uma orquídea situadas em uma ilha e no continente
Pesquisadores do Instituto de Biologia da Unicamp detectam sinais de isolamento reprodutivo entre populações de uma orquídea situadas em uma ilha e no continente (foto: Unicamp/divulgação)
Agência FAPESP* – Em artigo publicado na revista científica Plant Systematics and Evolution, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descreveram a formação de uma nova espécie de planta, a orquídea de praia Epidendrum fulgens. A flor é abundante no litoral de São Paulo e em ilhas oceânicas, como as que integram o arquipélago de Alcatrazes, a 35 quilômetros do centro de São Sebastião.
“Pela primeira vez no Brasil, e talvez no mundo, conseguimos detectar sinais de isolamento reprodutivo entre populações de uma planta no litoral e na ilha”, comemora Fábio Pinheiro, professor do Instituto de Biologia (IB-Unicamp) e um dos responsáveis pelo estudo, vinculado a projeto financiado pela FAPESP.
A investigação foi conduzida pela aluna de iniciação científica Giovanna Selleghin Veiga, no Laboratório de Ecologia Evolutiva e Genômica de Plantas do IB-Unicamp.
“Já esperávamos que as plantas da ilha fossem geneticamente diferentes; o achado se deu quando tentamos cruzá-las com as do continente. Além da elevada diferenciação, experimentos de biologia reprodutiva revelaram que as plantas da ilha perderam a capacidade de se reproduzir com as do continente, indicando que há o processo de formação de uma nova espécie em andamento”, comenta Pinheiro.
Outros estudos já demonstraram que a ilha de Alcatrazes estava conectada ao continente há cerca de 20 mil anos, tendo se desligado após o aumento do nível do mar, por volta de 10 mil anos atrás, o que justifica o fato de abrigar uma população de Epidendrum fulgens.
A orquídea em estudo é muito abundante em todo o trecho de litoral onde há restinga, crescendo diretamente na areia, de Paraty (RJ) até Pelotas (RS).
O professor da Unicamp ressalta a importância de estudar como a orquídea se reproduz na ilha de Alcatrazes. “Até agora temos evidências de que a planta forma clones [pequenas mudas] ao seu redor, o que chamamos de reprodução vegetativa ou clonal. Precisamos ir até a ilha para amostrar um número maior de plantas e identificar seus polinizadores, se são também borboletas ou se outro animal cumpre este papel.”
* Com informações do Jornal da Unicamp.
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