Pesquisadores do Instituto de Biologia da Unicamp detectam sinais de isolamento reprodutivo entre populações de uma orquídea situadas em uma ilha e no continente (foto: Unicamp/divulgação)

Nova espécie de planta em formação é descoberta no litoral de São Paulo
01 de julho de 2021

Pesquisadores do Instituto de Biologia da Unicamp detectam sinais de isolamento reprodutivo entre populações de uma orquídea situadas em uma ilha e no continente

Nova espécie de planta em formação é descoberta no litoral de São Paulo

Pesquisadores do Instituto de Biologia da Unicamp detectam sinais de isolamento reprodutivo entre populações de uma orquídea situadas em uma ilha e no continente

01 de julho de 2021

Pesquisadores do Instituto de Biologia da Unicamp detectam sinais de isolamento reprodutivo entre populações de uma orquídea situadas em uma ilha e no continente (foto: Unicamp/divulgação)

 

Agência FAPESP* – Em artigo publicado na revista científica Plant Systematics and Evolution, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descreveram a formação de uma nova espécie de planta, a orquídea de praia Epidendrum fulgens. A flor é abundante no litoral de São Paulo e em ilhas oceânicas, como as que integram o arquipélago de Alcatrazes, a 35 quilômetros do centro de São Sebastião.

“Pela primeira vez no Brasil, e talvez no mundo, conseguimos detectar sinais de isolamento reprodutivo entre populações de uma planta no litoral e na ilha”, comemora Fábio Pinheiro, professor do Instituto de Biologia (IB-Unicamp) e um dos responsáveis pelo estudo, vinculado a projeto financiado pela FAPESP.

A investigação foi conduzida pela aluna de iniciação científica Giovanna Selleghin Veiga, no Laboratório de Ecologia Evolutiva e Genômica de Plantas do IB-Unicamp.

“Já esperávamos que as plantas da ilha fossem geneticamente diferentes; o achado se deu quando tentamos cruzá-las com as do continente. Além da elevada diferenciação, experimentos de biologia reprodutiva revelaram que as plantas da ilha perderam a capacidade de se reproduzir com as do continente, indicando que há o processo de formação de uma nova espécie em andamento”, comenta Pinheiro.

Outros estudos já demonstraram que a ilha de Alcatrazes estava conectada ao continente há cerca de 20 mil anos, tendo se desligado após o aumento do nível do mar, por volta de 10 mil anos atrás, o que justifica o fato de abrigar uma população de Epidendrum fulgens.

A orquídea em estudo é muito abundante em todo o trecho de litoral onde há restinga, crescendo diretamente na areia, de Paraty (RJ) até Pelotas (RS).

O professor da Unicamp ressalta a importância de estudar como a orquídea se reproduz na ilha de Alcatrazes. “Até agora temos evidências de que a planta forma clones [pequenas mudas] ao seu redor, o que chamamos de reprodução vegetativa ou clonal. Precisamos ir até a ilha para amostrar um número maior de plantas e identificar seus polinizadores, se são também borboletas ou se outro animal cumpre este papel.”

* Com informações do Jornal da Unicamp.
 

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