O milipede, desenvolvida pela IBM, é capaz de armazenar 25 milhões de páginas em uma superfície do tamanho de um selo (foto: IBM)

Nova era (nano)tecnológica
21 de julho de 2004

Na 56ª SBPC, Henrique Toma, do Instituto de Química da USP, aponta exemplos de novas tecnologias – como o milipede, de armazenamento de dados – para mostrar como os nanomateriais estão revolucionando disciplinas como física, química, biologia e computação

Nova era (nano)tecnológica

Na 56ª SBPC, Henrique Toma, do Instituto de Química da USP, aponta exemplos de novas tecnologias – como o milipede, de armazenamento de dados – para mostrar como os nanomateriais estão revolucionando disciplinas como física, química, biologia e computação

21 de julho de 2004

O milipede, desenvolvida pela IBM, é capaz de armazenar 25 milhões de páginas em uma superfície do tamanho de um selo (foto: IBM)

 

Por Thiago Romero, de Cuiabá

Agência FAPESP - A Terra está para o homem assim como o homem está para a molécula. Essa foi a proporção encontrada por Henrique Toma, professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), para explicar a escala do universo nanométrico ao público que lotou a sessão "Os desafios dos nanomateriais e materiais supramoleculares", na manhã de terça-feira (20/7), segundo dia de atividades na 56ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Cuiabá.

Segundo Toma, o interesse dos cientistas está se voltando cada vez mais para os nanomateriais, onde a funcionalidade se reduz à dimensão nanométrica (do bilionésimo do metro) para que os materiais sejam projetados quimicamente com o objetivo de atingir propriedades e aplicações mais elevadas.

"Se olharmos para áreas como física, química, biologia e computação, acharemos um ponto em comum, a nanociência, que atualmente está no foco central delas", acredita Toma. "A nanotecnologia terá um impacto em todas as disciplinas e quem não acompanhar essa evolução certamente ficará defasado."

Toma citou alguns exemplos para ilustrar a afirmação, como um novo sistema para limpeza automática de superfícies. No caso, nanopartículas de dióxido de titânio são aplicadas em vidros para que sejam realizadas reações fotoquímicas. "A tensão superficial do vidro é modificada, de maneira que as partículas de sujeira que grudam no vidro sejam decompostas fotoquimicamente", disse.

Outro exemplo seria a funcionalização de nanopartículas fluorescentes para a visualização do medicamento dentro do organismo humano durante o tratamento médico. "A trajetória das drogas e o histórico visual do medicamento podem auxiliar nos diagnósticos clínicos e ainda ajudar no tratamento de doenças mais complexas", contou.

Outro exemplo citado pelo professor da USP é o milipede, segundo ele uma das principais tecnologias da atualidade. Trata-se de uma nanotecnologia inovadora desenvolvida por cientistas da IBM capaz de armazenar 25 milhões de páginas em uma superfície do tamanho de um selo postal.

"O sistema registra os dados em filmes de plástico com furos de dimensões nanométricas. As informações são compactadas em bilhões de vezes", disse. "Para se ter uma idéia, os gravadores de CD também são feitos com pequenos buracos, só que os furos de um CD-ROM podem ser considerados crateras perto dos furos realizados nos nanoburacos do plástico. Esse é o estado da arte atual na área de tecnologia da informação. Trata-se de algo prático e real que estará em breve disponível no mercado."


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