Para William Saad Hossne, presidente da Comissão Nacional de Ética na Pesquisa, o país está preparado, em termos de normatizações, para lidar com as questões éticas contemporâneas (foto: E.Geraque)
No Brasil, 750 mil pessoas participam de pesquisas científicas. Para William Saad Hossne, presidente da Comissão Nacional de Ética na Pesquisa, o país está preparado, em termos de normatizações, para lidar com as questões éticas contemporâneas
No Brasil, 750 mil pessoas participam de pesquisas científicas. Para William Saad Hossne, presidente da Comissão Nacional de Ética na Pesquisa, o país está preparado, em termos de normatizações, para lidar com as questões éticas contemporâneas
Para William Saad Hossne, presidente da Comissão Nacional de Ética na Pesquisa, o país está preparado, em termos de normatizações, para lidar com as questões éticas contemporâneas (foto: E.Geraque)
Agência FAPESP - Desde o chamado código de Nuremberg, em 1947, que a questão da ética em pesquisas científicas vem sendo explicitamente discutida. As grandes guerras se passaram, mas os problemas continuaram, tornando-se cada vez mais complexos. Além das normas feitas na década de 1940, o código de Helsinque, de 1964, e as diretrizes internacionais para as pesquisas biomédicas, dos anos 90, cada país, a seu modo, tenta criar mecanismos para proteger suas populações e cientistas.
"Definitivamente, estamos bem armados para enfrentar as discussões desses problemas de ética na pesquisa", disse William Saad Hossne à Agência FAPESP, durante o 50º Congresso Brasileiro de Genética, em Florianópolis. Professor emérito da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e presidente da Comissão Nacional de Ética na Pesquisa (Conep), Hossne foi diretor científico da FAPESP de 1964 a 1967 e de 1975 a 1979.
As armas, na verdade, são normas feitas principalmente a partir de 1996 no Brasil, ano da criação do Conep. Segundo Hossne, mais de 30 mil pessoas e instituições científicas brasileiras discutem atuamente no país questões éticas. Além da comissão nacional, os órgãos regionais estão cada vez mais organizados para serem a primeira frente de avaliação dos projetos de pesquisa que envolvam seres humanos.
"Temos, todos os anos no Brasil, cerca de 15 mil projetos que envolvem seres humanos. Se cada um, em média, usar 50 pessoas, estamos falando de 750 mil brasileiros envolvidos com algum tipo de pesquisa", calcula o presidente da Conep. "As normatizações não pretendem proibir ou liberar nada. O nosso objetivo é dar respaldo para os diversos projetos que estão em andamento."
Segundo Hossne, muito menos do que enquadrar a ética, o fundamental é fazer dela um juízo de valor. "Claro que temos que, cada vez mais, criar um tipo de postura em relação à ética. Essas discussões devem ser feitas sem radicalismo e maniqueísmos", afirmou.
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