Diagnóstico precoce é fundamental para o combate ao câncer
(Foto: Mayo Clinic)
Aumentou a incidência de tumores malignos em crianças, segundo dados da Faculdade de Saúde Pública da USP. Quando os números são separados por tipo de câncer, pode-se verificar onde está o perigo e qual devem ser os caminhos para que possa ser melhor atacado
Aumentou a incidência de tumores malignos em crianças, segundo dados da Faculdade de Saúde Pública da USP. Quando os números são separados por tipo de câncer, pode-se verificar onde está o perigo e qual devem ser os caminhos para que possa ser melhor atacado
Diagnóstico precoce é fundamental para o combate ao câncer
(Foto: Mayo Clinic)
Agência FAPESP - A incidência do câncer em crianças menores de 15 anos está maior. Números divulgados pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) mostram que em 1969 ela era de 128,5 para 1 milhão, entre os garotos, e de 120,9 em 1 milhão para as meninas. Em 1997 e 1998, também para uma relação de 1 milhão, os números ficaram em 222,5 e 195,1, respectivamente.
"Esse aumento se deve provavelmente à maior quantidade e qualidade dos diagnósticos", disse Antonio Pedro Mirra, coordenador do Registro de Câncer de São Paulo, à Agência FAPESP. O médico é também um dos responsáveis pelo estudo Incidência, mortalidade e sobrevida do câncer da infância no Município de São Paulo, que acaba de ser divulgado pela FSP.
Segundo Mirra, a exposição mais constante aos fatores de risco ambientais que podem causar o câncer também contribuiu para esse aumento do número de casos. "Claro que também não podemos esquecer a componente genética", explica. Com os números detalhados nas mãos, e com os fatores ambientais conhecidos, o caminho para que se ataque esse aumento dos casos de câncer em São Paulo parece bem claro.
"O aumento de centros de excelência especializados em prevenção, diagnóstico e tratamento desses tumores pode tornar bem possível o controle da doença", explica o pesquisador da USP. Eliminar ou reduzir os fatores de risco, fazer diagnósticos precoces e tentar prolongar a qualidade de vida dos pacientes são as chamadas três fases de prevenção do câncer.
Segundo Mirra, nos caso dos fatores ambientais, eles estão divididos em físicos (radiação ionizante e raios X abdominal na gravidez), químicos (derivados de petróleo, solventes e pesticidas, quando ligados a ocupações paternas) e biológicos (vírus Epstein Barr, causador dos linfomas, e o vírus da hepatite B, causador de tumores hepáticos).
No estudo realizado na FSP, também ficou evidente que as conseqüências dos vários tipos de câncer sobre a população não é homogênea. "Houve diferenças significativas na probabilidade da sobrevida segundo o tumor", explica Mirra. As piores taxas foram para as leucemias mielóides (15%) e tireóide e outras glândulas endócrinas (22%). As melhores, para os retinoblastomas (69%) e tumores renais (68%).
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