A estimulação magnética transcraniana é capaz de criar variações de campos magnéticos de alta intensidade e assim produzir correntes elétricas no córtex cerebral (imagem: Geoff B Hall/Wikipedia)

Neurociência
NeuroMat publica artigo sobre técnicas de estimulação cerebral não invasivas
13 de janeiro de 2025

São três métodos promissores utilizados em práticas médicas e pesquisas acadêmicas para estimular o cérebro

Neurociência
NeuroMat publica artigo sobre técnicas de estimulação cerebral não invasivas

São três métodos promissores utilizados em práticas médicas e pesquisas acadêmicas para estimular o cérebro

13 de janeiro de 2025

A estimulação magnética transcraniana é capaz de criar variações de campos magnéticos de alta intensidade e assim produzir correntes elétricas no córtex cerebral (imagem: Geoff B Hall/Wikipedia)

 

Agência FAPESP – O diretor do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Neuromatemática (NeuroMat), Oswaldo Baffa, em conjunto com quatro outros pesquisadores do centro, publicou um artigo na Revista Brasileira de Física Médica em que explora três técnicas promissoras utilizadas em práticas médicas e pesquisas acadêmicas para estimular o cérebro. Elas são a estimulação magnética transcraniana (TMS), a estimulação elétrica transcraniana (tES) e o ultrassom focalizado de baixa intensidade (LIFU).

O NeuroMat é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP, com sede na Universidade de São Paulo (USP).

A estimulação magnética transcraniana é capaz de criar variações de campos magnéticos de alta intensidade e assim produzir correntes elétricas no córtex cerebral. Dependendo da área em que o estímulo é aplicado, ele atinge diferentes regiões que controlam fibras musculares, criando, dessa forma, um movimento involuntário em uma região do corpo.

Segundo os pesquisadores, a utilização da TMS ajuda a compreender quais estruturas do cérebro estão associadas a determinadas regiões do corpo, o que engloba toda a estrutura do sistema nervoso, desde o córtex, passando pelas vias neurais centrais e periféricas até os músculos. A estimulação magnética pode ser usada para tratar regiões específicas do cérebro que estão relacionadas a doenças como depressão, transtorno bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo e esquizofrenia, por exemplo.

Por meio de dois eletrodos com polaridades opostas colocados na cabeça dos voluntários, conforme mostra o estudo, a estimulação elétrica transcraniana também é capaz de gerar uma corrente elétrica de baixa intensidade no cérebro, estimulando ou inibindo a atividade dos neurônios no local da aplicação. Ao todo, existem três tipos diferentes de tES, que dependem da intensidade da corrente elétrica aplicada.

Os pesquisadores complementam que a tES é mais barata e portátil do que a TMS, mas não é capaz de focar as correntes de forma precisa nas regiões-alvo. A estimulação elétrica transcraniana já é aplicada para a recuperação de pessoas com AVC e depressão. Além disso, estudos apontam que este método pode ajudar a melhorar a capacidade de aprendizagem, a memória e a atenção.

Por sua vez, as ondas de ultrassom já são utilizadas há várias décadas na medicina para estudar o corpo humano. Mais recentemente, o ultrassom focalizado de baixa intensidade também está sendo usado para estudar o cérebro. A hipótese é de que as ondas ultrassônicas alteram a membrana dos neurônios e a barreira hematoencefálica, que controla as substâncias que passam do sangue ao sistema nervoso, permitindo assim a modulação neural.

De acordo com os autores do artigo, as grandes vantagens da técnica são a sua capacidade de atingir áreas mais profundas do cérebro do que a TMS e a tES e a possibilidade de focar precisamente o estímulo. No entanto, a aplicação da técnica e seus benefícios ainda precisam ser mais bem compreendidos, porque o LIFU é um método recém-desenvolvido.

A combinação de técnicas capazes de estimular o cérebro de forma externa com os métodos de medição da atividade cerebral oferece, segundo os pesquisadores, perspectivas animadoras para avanços futuros na compreensão e tratamento de condições neurológicas e psiquiátricas.

O artigo completo está disponível em inglês no site da Revista Brasileira de Física Médica.
 

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.