Relatório da OMS reúne as mais recentes pesquisas sobre as relações do cérebro com as drogas (foto: OMS)
Relatório da OMS, que reúne as mais recentes pesquisas sobre as relações do cérebro com as drogas, afirma que a dependência química é uma disfunção como qualquer outro distúrbio neurológico ou psicológico e aponta alternativas para lidar com o problema
Relatório da OMS, que reúne as mais recentes pesquisas sobre as relações do cérebro com as drogas, afirma que a dependência química é uma disfunção como qualquer outro distúrbio neurológico ou psicológico e aponta alternativas para lidar com o problema
Relatório da OMS reúne as mais recentes pesquisas sobre as relações do cérebro com as drogas (foto: OMS)
Segundo o texto Neurociência do uso e da dependência de substâncias psicoativas, o primeiro do gênero produzido pela OMS, a dependência química é determinada por uma série de motivos, todos com papel importante, como fatores biológicos, genéticos, psicossociais, ambientais e culturais.
A iniciativa da OMS aponta para a necessidade da ampliação do entendimento da natureza complexa do problema e do apoio a políticas eficientes e de baixo custo de prevenção e tratamento que não estigmatizem os pacientes.
"É preciso que haja uma maior atenção do setor de saúde pública e políticas apropriadas que consigam lidar com o problema da dependência química em diferentes sociedades", disse o diretor geral da OMS, Lee Jong-wook, em comunicado da organização.
O relatório dividiu as substância psicoativas mais comuns em depressoras (álcool, sedativo e solventes), estimulantes (nicotina, cocaína, anfetaminas e ecstasy), opióides (morfina e heroína) e alucinógenos (LSD, PCP e maconha), com diferentes efeitos sobre o comportamento a curto e a longo prazo. "Contudo, essas substâncias têm similaridades na maneira como afetam regiões importantes do cérebro ligadas à motivação", disseram os especialistas responsáveis pela publicação.
Destinado a profissionais de saúde, políticos, cientistas e estudantes, o relatório inclui informações sobre a carga global das doenças que o consumo de substância tóxicas representa. O trabalho mostra que o consumo mundial de álcool e tabaco está crescendo rapidamente e contribuindo para o aumento de enfermidades, principalmente em países em desenvolvimento e entre mulheres.
"Atualmente, 50% dos homens e 9% das mulheres em países em desenvolvimento fumam, em comparação com 35% dos homens e 22% das mulheres em países desenvolvidos", apontam os autores. O consumo do álcool caiu nos países desenvolvidos nos últimos 20 anos, mas aumentou nos países em desenvolvimento.
O relatório confirma que a maconha continua sendo a droga mais utilizada no mundo, seguida das anfetaminas e da cocaína. "O consumo de substâncias ilícitas é uma atividade predominantemente masculina e juvenil. Mais de 20% dos jovens dos Estados Unidos e 8% na Europa Ocidental informaram já ter consumido pelo menos um tipo de substância ilícita, além da maconha", disseram os autores.
O texto alerta que os tratamentos tradicionais são eficazes, mas de difícil aceitação. A alternativa mais viável seria a aplicação de um tratamento conhecido como de "substituição", que consiste na aplicação de substâncias que simulam, de certa maneira, os efeitos de outras substâncias psicoativas, sem alguns de seus efeitos mais prejudiciais.
A iniciativa da OMS será divulgada nesta sexta-feira (19/3), em São Paulo, em evento organizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pela Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas (Abead).
O relatório da OMS está disponível na internet, na página www.who.int/substance_abuse/publications/psychoactives/en.
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