Pesquisadores da Universidade da Califórnia usam partículas com 100 bilionésimos de metro para transportar drogas diretamente a tumores, impedindo que se espalhem (foto: divulgação)
Pesquisadores da Universidade da Califórnia usam partículas com 100 bilionésimos de metro para transportar drogas diretamente a tumores, impedindo que se espalhem. Método também evita danos em tecidos adjacentes
Pesquisadores da Universidade da Califórnia usam partículas com 100 bilionésimos de metro para transportar drogas diretamente a tumores, impedindo que se espalhem. Método também evita danos em tecidos adjacentes
Pesquisadores da Universidade da Califórnia usam partículas com 100 bilionésimos de metro para transportar drogas diretamente a tumores, impedindo que se espalhem (foto: divulgação)
Experimentado na Universidade da Califórnia em San Diego, o método implica, de acordo com os pesquisadores, o uso de menores doses de quimioterapia tradicional e menos danos colaterais em tecidos ao redor de tumores.
O sistema de transporte de medicamento por nanopartículas foi experimentado em cânceres de pâncreas e de rim, em camundongos. Os resultados do estudo estão em artigo que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).
A nanobomba também está sendo chamada de "inteligente", uma vez que se dirige pela circulação sangüínea diretamente ao local do tumor, onde descarrega a droga para destruí-lo. O motivo da pontaria é que ela foi programada para encontrar um marcador protéico específico, a integrina ανβ3, encontrada na superfície de certos vasos sangüíneos em tumores e associada com o desenvolvimento de novos vasos e com o crescimento do tumor maligno.
Os pesquisadores, liderados por David Cheresh, diretor do Centro de Câncer da universidade, observaram que a nanobomba não teve muito impacto nos tumores primários, mas bloqueou a metástase, ou seja, fez com que os cânceres parassem de se espalhar pelo organismo.
O método é uma quimioterapia, mas muito mais localizada e eficiente, com grande redução na dosagem e sem causar danos em tecidos adjacentes, que é um dos piores efeitos colaterais do método tradicional.
"Conseguimos atingir o efeito anticancerígeno desejado ao mesmo tempo em que empregamos drogas em níveis 15 vezes menores do que quando são usadas sistemicamente. Ainda mais interessante foi que as lesões metastáticas se mostraram mais sensitivas à nova terapia do que o tumor primário", disse Cheresh.
Tradicionalmente muito mais difícil de combater do que os tumores primários, a metástase é o que geralmente leva à morte o paciente. Os resultados destacam o potencial da terapia de combate não ao tumor especificamente, mas à fonte de sangue do tumor, o que ajudaria a prevenir a metástase.
O estudo é um exemplo do uso de tecnologias inovativas na área de saúde. Engenheiros e oncologistas trabalharam em conjunto para desenhar as nanopartículas, que medem 100 nanômetros de comprimento e são feitas de polímeros à base de lipídios. Carregada com a droga doxorubicina, a partícula foi transformada em nanobomba programada para acertar o tumor que expressava a proteína ανβ3.
O artigo Nanoparticle-mediated drug delivery to tumor vasculature suppresses metastasis, de David Cheresh e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org.
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.