Liderado pela neurocientista Beatriz Monteiro Longo, o trabalho consiste em testar a capacidade de células-tronco de camundongos se diferenciarem em neurônios (foto: Fiocruz)

Na pista das células-tronco
29 de julho de 2004

Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, na Bahia, liderada pela neurocientista Beatriz Monteiro Longo, testa técnica de recomposição celular que pode levar esperança de tratamento a quem sofre de epilepsia

Na pista das células-tronco

Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, na Bahia, liderada pela neurocientista Beatriz Monteiro Longo, testa técnica de recomposição celular que pode levar esperança de tratamento a quem sofre de epilepsia

29 de julho de 2004

Liderado pela neurocientista Beatriz Monteiro Longo, o trabalho consiste em testar a capacidade de células-tronco de camundongos se diferenciarem em neurônios (foto: Fiocruz)

 

Por Kárin Fusaro

Agência FAPESP - Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na Bahia, identificaram evidências de que células-tronco podem ajudar na elaboração de um tratamento contra a epilepsia, doença degenerativa do cérebro que se manifesta pela perda de consciência e convulsões.

Liderado pela neurocientista Beatriz Monteiro Longo, o trabalho consiste em testar a capacidade de células-tronco de camundongos se diferenciarem em neurônios. O método consiste em retirar células da medula óssea de animais saudáveis e implantá-las em animais epilépticos. "O objetivo é propor uma terapia baseada na utilização de células-tronco para a regeneração neuronal", disse a pesquisadora à Agência FAPESP.

A primeira etapa, verificar se as células da medula do animal doador chegam ao cérebro do receptor, já foi cumprida. Os pesquisadores utilizaram camundongos geneticamente modificados que produzem uma proteína fluorescente e identificável durante o trajeto da corrente sangüínea para o cérebro.

O próximo passo será verificar se as células recebidas se diferenciam em neurônios ou glias (células que dão sustentação ao tecido nervoso). A última etapa testará o funcionamento das novas células, ou seja, se elas substituem com eficiência o tecido lesado. Só então, os pesquisadores poderão partir para a elaboração de tratamentos menos invasivos contra as crises epilépticas. "É muito cedo para afirmar que encontramos a solução para a doença, mas é uma grande pista", disse Beatriz.

A pesquisa está sendo desenvolvida pelo Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia da Fiocruz, na Bahia, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb). O trabalho começou em fevereiro deste ano e deve terminar em 2006.


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