Sonda da Nasa vai atingir em cheio o cometa Tempel 1. Tudo deve ocorrer às 2h52 (hora de Brasília) do dia 4 de julho
(imagem:NASA)

Na mosca!
30 de junho de 2005

Sonda Deep Impact lança projétil em direção ao cometa Tempel 1, a 130 milhões de quilômetros de distância da Terra. Colisão, na madrugada do dia 4, poderá produzir uma cratera do tamanho de um estádio de futebol

Na mosca!

Sonda Deep Impact lança projétil em direção ao cometa Tempel 1, a 130 milhões de quilômetros de distância da Terra. Colisão, na madrugada do dia 4, poderá produzir uma cratera do tamanho de um estádio de futebol

30 de junho de 2005

Sonda da Nasa vai atingir em cheio o cometa Tempel 1. Tudo deve ocorrer às 2h52 (hora de Brasília) do dia 4 de julho
(imagem:NASA)

 

Agência FAPESP - Depois de percorrer 431 milhões de quilômetros, uma espaçonave estará levando o homem aonde ele jamais esteve. Não será a Enterprise, da série Jornada nas Estrelas, mas a Deep Impact ("impacto profundo"), que chegará às proximidades do cometa Tempel 1 nas primeiras horas do domingo (3/7).

Logo em seguida, a sonda da Nasa, a agência espacial norte-americana, lançará um projétil em direção ao cometa. E é justamente esse o objetivo da missão: atingir em cheio o Tempel 1. Com isso, os cientistas esperam ampliar o conhecimento a respeito desses corpos celestes que trazem em seu núcleo material que serve como registro da formação do Sistema Solar.

Se tudo der certo, o impacto deverá ocorrer às 2h52 (hora de Brasília) de 4 de julho – não por coincidência Dia da Independência dos Estados Unidos, principal feriado do país. O choque deverá abrir uma cratera que pode chegar ao tamanho de um estádio de futebol e a uma profundidade de um prédio de 12 andares. Será tão grandioso que poderá ser visto da Terra, a mais de 130 milhões de quilômetros de distância. A expectativa é que o impacto possa tornar momentaneamente o cometa o objeto mais luminoso do céu.

O projétil tem 1 metro de diâmetro, cerca de 370 quilos e é reforçado com cobre. Movido a bateria, tem um sistema de navegação e opera independentemente da sonda. Uma câmera irá registrar imagens do cometa até o momento da colisão. Segundo os cientistas da Nasa, o impacto não deverá provocar mudanças significativas na órbita do Tempel 1.

O impacto será acompanhado pela Deep Impact, que estará a cerca de 500 quilômetros do cometa. A nave irá observar a colisão, o material ejetado pelo choque, a estrutura e composição do interior da cratera e mudanças no movimento do cometa. O evento será acompanhado também a partir de observatórios na Terra e dos telescópios espaciais Hubble, Spitzer e Chandra.

O cometa, com cerca de 1 quilômetro de comprimento, foi descoberto em 1967 pelo astrônomo alemão Ernst Tempel (1821-1889). A cada cinco anos e meio ele passa pela região central do Sistema Solar, onde se encontra atualmente, tornando-o um bom alvo para estudo.

"As derradeiras 24 horas na vida do projétil deverão fornecer os dados mais espetaculares na história do estudo de cometas. Com as informações que iremos receber poderemos dar um grande salto de conhecimento, uma vez que hoje sabemos tão pouco sobre a estrutura do núcleo desses corpos celestes", disse Michael A’Hearn, pesquisador chefe da missão.

A Nasa irá transmitir ao vivo, pela internet, os momentos finais da missão. Com comentários de cientistas da agência, a transmissão será realizada das 12h30 do domingo (3/6) às 16h do dia seguinte.

Nasa TV: www.nasa.gov/ntv

Mais informações sobre a missão: www.nasa.gov/deepimpact


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