Na linha de frente
02 de maio de 2005

Um sistema de ciência complexo e sofisticado, com desafios bastante semelhantes aos encontrados na Europa. O pesquisador holandês Gustavo Fahrenkrog disse ter ficado impressionado com algumas experiências brasileiras

Na linha de frente

Um sistema de ciência complexo e sofisticado, com desafios bastante semelhantes aos encontrados na Europa. O pesquisador holandês Gustavo Fahrenkrog disse ter ficado impressionado com algumas experiências brasileiras

02 de maio de 2005

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Em áreas como biotecnologia e aeronáutica, as experiências brasileiras em termos de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) são bastante vigorosas. O especialista europeu Gustavo Fahrenkrog, que esteve na semana passada em São Paulo para um evento organizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), admitiu ter ficado bastante impressionado com algumas coisas que aprendeu por aqui.

"A história brasileira em C,T&I é complexa e sofisticada. Em alguns casos ela é mais sólida até do que em boa parte dos países europeus", afirmou Fahrenkrog, pesquisador do Institute for Prospective Technological Studies (IPTS), instituição de aconselhamento criada pela União Européia há dez anos.

Segundo o pesquisador europeu, apesar da boa impressão – e do fato positivo – de o lado social sempre vir na frente do econômico, no caso das pesquisas feitas no Brasil, alguns pontos negativos não deixaram de ser percebidos. "A instabilidade do sistema de financiamento, com algumas exceções, é preocupante", disse Fahrenkrog, que é holandês de nascimento, mas vive na ensolarada Sevilha, na Espanha.

Na visão do especialista da União Européia, a falta de consenso para onde se pretende ir e a ausência de visão a longo prazo são outros dois obstáculos que os brasileiros precisam superar. "Alguns desafios são muito parecidos com que o temos na União Européia. Aqui existe um grande país, com estados e a União. Lá, como todos eram pequenos demais, foi mais fácil nos juntar. Agora existem os países e o conselho geral."

A experiência de construção do IPTS, uma instituição que nasceu pequena, com 20 pesquisadores, e deve chegar ao fim deste ano com 200 especialistas, poderia ajudar bastante o Brasil, segundo Fahrenkrog. "É necessário que sejam feitos exercícios globais ou pontuais de prospecção. Como também a avaliação dos processos e dos fracassos."

Para o pesquisador holandês, entender o que se passa lá fora é outra questão fundamental. "A globalização afeta toda as unidades em que trabalhamos hoje. Reforçar cada vez mais as redes com os demais países é uma forma segura de construir um fluxo de informação", afirmou.


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