Computador portátil e de baixo custo para uso em salas de aula é desenvolvido na Unesp. Protótipo, com custo de produção de US$ 250, tem internet sem fio, tela deslizante e reproduz vídeos e MP3 (foto: divulgação)

Multimídia educacional
28 de fevereiro de 2007

Computador portátil e de baixo custo para uso em salas de aula é desenvolvido na Unesp. Protótipo, com custo de produção de US$ 250, tem internet sem fio, tela deslizante e reproduz vídeos e MP3

Multimídia educacional

Computador portátil e de baixo custo para uso em salas de aula é desenvolvido na Unesp. Protótipo, com custo de produção de US$ 250, tem internet sem fio, tela deslizante e reproduz vídeos e MP3

28 de fevereiro de 2007

Computador portátil e de baixo custo para uso em salas de aula é desenvolvido na Unesp. Protótipo, com custo de produção de US$ 250, tem internet sem fio, tela deslizante e reproduz vídeos e MP3 (foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Seguindo tendência mundial de produção de microcomputadores de baixo custo visando à inclusão digital, pesquisadores da Faculdade de Ciências (FC) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Bauru, apresentaram um novo modelo portátil desenvolvido com tecnologia nacional.

Nomeado de Cowboy, o protótipo tem um custo de produção estimado em US$ 250, preço que, segundo Eduardo Morgado, coordenador do Laboratório de Tecnologia da Informação Aplicada (LTIA) da Unesp, onde o projeto foi desenvolvido com apoio das empresas brasileiras Tecnequip e MSTech, poderá ser reduzido com o início da produção em escala industrial.

Morgado define o novo produto como uma opção intermediária entre um palmtop e um notebook. "Ele não pode ser definido nem como um computador pessoal nem como um computador de bolso. O Cowboy é mais uma opção multimídia voltada para aplicações educacionais", disse à Agência FAPESP.

Com capacidade de processamento que pode ser comparada à de um PC Pentium 3, o Cowboy tem tela colorida de LCD de 7 polegadas, processador de 400 MHz, 128 MB de memória RAM, HD de 1 GB, internet sem fio (wi-fi) e saída de vídeo para TV ou monitor externo.

Outra vantagem é a possibilidade de acesso a PCs ou servidores por meio de um sistema de conectividade, o UPnP (Universal Plug and Play). "Ao conectar o Cowboy a qualquer outro computador, ele passa a compartilhar arquivos e a usar aplicativos disponíveis em rede. Dessa forma, um professor pode, por exemplo, distribuir aos alunos o conteúdo ministrado em sala de aula", explica Morgado.

O equipamento utiliza sistema operacional Windows CE, que permite livre acesso ao código fonte para que sejam feitas modificações no programa original. Oferece ainda leitor e editor de documentos, navegador de internet, reprodutor de arquivos MP3 e de vídeos MPEG-2. O uso do mouse pode ser dispensado: as aplicações na tela são acessadas por apenas oito teclas. A tela pode ser deslizada para sobre o teclado, para uso semelhante ao de um game portátil.

Segundo Morgado, a interface que oferece uma navegação mais simples e intuitiva, dentro do conceito de computação confortável, é outra vantagem do projeto. "Um dos enfoques desse conceito é a navegação na internet a partir da combinação de poucos botões. Os ícones são manipulados pela aproximação de uma marcação de apontamento na tela, o que exige pouco conhecimento de informática por parte dos usuários", disse.

Como todos os dispositivos do Cowboy, do gabinete à placa-mãe, podem ser produzidos no Brasil, os pesquisadores de Bauru estudam propostas de parceria com a iniciativa privada para o início da fabricação e comercialização do produto.


Escala nacional

Avaliações técnica, econômica e de aplicabilidade pedagógica de computadores educacionais semelhantes estão sendo coordenadas pelo Ministério da Educação (MEC). O governo federal deverá, ainda em 2007, definir qual será o modelo destinado a alunos de escolas públicas do país e adquirir as primeiras unidades.

Um dos indicados é o modelo da organização não-governamental One Laptop Per Child (OLPC), idealizado por Nicholas Negroponte, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. Outros candidatos são o Classmate PC, da Intel, e o Mobilis, da indiana Encore Software.

Profissionais de três centros nacionais de pesquisa coordenam as avaliações: o Laboratório de Sistemas Integráveis da Universidade de São Paulo (USP), o Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA), em Campinas, e a Fundação Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi), em Santa Catarina.

"Sabemos que a linha industrial do Cowboy não estará pronta a tempo para concorrer com os três modelos do programa de inclusão digital do governo federal. Mas, seguramente, seremos mais uma opção disponível a partir de 2008, com a ampliação do programa. Mas, por utilizar tecnologias nacionais, nossa expectativa é que a viabilidade econômica desse produto ocorra independentemente dos programas de governo", afirma Morgado.

Mais informações: www.ltia.fc.unesp.br/Cowboy.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.