Muito mais pesado que o ar
03 de outubro de 2005

Aeromodelos feitos por estudantes de 43 faculdades de engenharia participam de competição em São José dos Campos (SP). Por conseguirem carregar mais peso, USP e UFMG foram as campeãs

Muito mais pesado que o ar

Aeromodelos feitos por estudantes de 43 faculdades de engenharia participam de competição em São José dos Campos (SP). Por conseguirem carregar mais peso, USP e UFMG foram as campeãs

03 de outubro de 2005

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Estudantes de graduação e pós-graduação em engenharia, física e ciências aeronáuticas de diversas universidades brasileiras e do exterior participaram, na semana passada, da 7ª Competição SAE Brasil AeroDesign. O objetivo do torneio, realizado no Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos (SP), foi avaliar o desempenho de aeromodelos projetados para transportar cargas em condições de vôo controlado.

A equipe Uai-Sô-Fly, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e a equipe EESC Open, da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, venceram a disputa nas categorias regular e aberta, respectivamente. Os alunos da UFMG construíram um avião radiocontrolado capaz de carregar 9,08 quilos. Em segundo lugar, o avião da equipe Tucano, da Universidade Federal de Uberlândia, carregou 8,97 quilos.

A equipe EESC Open venceu a classe aberta com uma aeronave que carregou 11,57 quilos, sendo que a vice-campeã foi a equipe Khondor, do Centro Universitário da FEI. Como prêmio, as duas equipes primeiras colocadas na classe regular e a campeã da aberta ganharam o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2006, nos Estados Unidos.

"Por envolver as melhores escolas de engenharia do país, os projetos apresentados são sempre de alto nível. A competição é apenas a finalização de um longo trabalho desenvolvido durante o ano todo", disse o engenheiro mecânico Carlos Alberto Cimini, orientador da equipe da UFMG, à Agência FAPESP.

As aeronaves da classe regular são construídas por estudantes de graduação e devem ter a envergadura da asa com dimensão limitada, além de utilizar motor padrão de 10 cilindradas. Já na classe aberta, participam estudantes de pós-graduação, que devem desenvolver aviões com mais de um motor até o limite de 15 cilindradas, sem restrições de envergadura.

Ganha a aeronave que conseguir carregar o maior peso possível. O vôo alcança em média cinco metros de altitude, sendo que todas as manobras acontecem por meio de rádio-controle. "O mais importante é que, durante a competição, os alunos têm a oportunidade de exercitar conceitos difíceis de serem ensinados em sala de aula, como organização, planejamento, trabalho em equipe, definição de liderança e discussão de problemas em grupo", explica o professor da UFMG.

A 7ª Competição SAE Brasil AeroDesign reuniu 61 equipes, formadas por estudantes de 43 faculdades de engenharia de dez estados brasileiros, além do Distrito Federal e da Venezuela. "O mais importante é que os trabalhos são reconhecidos pela indústria. Os alunos que participam da competição costumam conseguir melhores posições no mercado de trabalho", conta Cimini.

Durante os três dias do evento, que ocorreu de 23 a 25 de setembro, sobrevoaram o céu de São José dos Campos monoplanos, biplanos e triplanos construídos com materiais diversos, como madeira, fibra de vidro, alumínio, carbono e aço inox.


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