Radar da sonda Mars Express confirma existência de depósitos de gelo no pólo sul marciano que, se derretidos, poderiam cobrir superfíce do planeta com uma camada de 11 metros

Muito gelo em Marte
16 de março de 2007

Radar da sonda Mars Express confirma existência de depósitos de gelo no pólo sul marciano que, se derretidos, poderiam cobrir superfíce do planeta com uma camada de 11 metros

Muito gelo em Marte

Radar da sonda Mars Express confirma existência de depósitos de gelo no pólo sul marciano que, se derretidos, poderiam cobrir superfíce do planeta com uma camada de 11 metros

16 de março de 2007

Radar da sonda Mars Express confirma existência de depósitos de gelo no pólo sul marciano que, se derretidos, poderiam cobrir superfíce do planeta com uma camada de 11 metros

 

Agência FAPESP – Os depósitos de gelo em camadas no pólo sul de Marte foram comprovados com o radar avançado para sondagem ionosférica e subterrânea do orbitador Mars Express, missão não-tripulada da Agência Espacial Européia (ESA). O estudo foi divulgado nesta quinta-feira (15/3) pela revista Science.

O volume total de gelo estimado é comparável a uma quantidade de água que cobriria toda a superfície do planeta com uma profundidade de 11 metros. De acordo com os pesquisadores, os depósitos no pólo sul marciano cobrem uma área com tamanho aproximado ao da Europa.

A quantidade de líquido contido havia sido estimada antes, mas nunca com o nível de confiabilidade possibilitada pelo radar, disse o principal autor do estudo, Jeffrey Plaut, do Laboratório de Propulsão da Nasa, a agência espacial norte-americana. Os instrumentos fizeram mais de 300 cortes virtuais nos depósitos que cobrem o pólo.

Os sinais do radar penetraram a quase 4 quilômetros de profundidade nos depósitos. Na maior parte da área sondada foi detectada uma reflexão com um atraso coerente com uma interface entre os depósitos e o fundo. A força refletida dessa interface indica uma atenuação mínima do sinal, sugerindo uma composição de gelo feito de água bastante pura.

Foram gerados mapas da topografia da interface basal e da espessura dos depósitos em camadas. Um conjunto de depressões subterrâneas foi observado a 300 quilômetros do pólo. Os mapas mostram uma distribuição assimétrica dos depósitos e regiões de espessura anômala.

Ao detectar o formato da superfície do solo entre os depósitos de gelo, os pesquisadores conseguiram informações sobre estruturas mais profundas do planeta. Os cientistas puderam observar que a crosta e o manto superior de Marte são mais rígidos do que na Terra, provavelmente porque o interior do planeta é bem mais frio.

Os depósitos polares detêm a maior parte da água conhecida no planeta, embora outras áreas pareçam ter sido muito úmidas no passado, segundo os pesquisadores. A compreensão da história e do destino da água no planeta vermelho é uma chave para descobrir se Marte abrigou algum tipo de vida no passado.

O artigo Subsurface Radar sounding of the south polar layered deposits of Mars, de Jeffrey Plaut e outros, pode ser lido por assinantes da Science no serviço Science Express em www.sciencexpress.org.


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