Em três pontos de Pernambuco, pesquisas revelam que o morcego é o maior responsável pela polinização das plantas, em participação bem maior do que a registrada na Mata Atlântica (Inst. Max Planck)

Morcegos da Caatinga
14 de outubro de 2005

Em três pontos de Pernambuco, pesquisas revelam que o morcego é o maior responsável pela polinização das plantas, em participação bem maior do que a registrada na Mata Atlântica

Morcegos da Caatinga

Em três pontos de Pernambuco, pesquisas revelam que o morcego é o maior responsável pela polinização das plantas, em participação bem maior do que a registrada na Mata Atlântica

14 de outubro de 2005

Em três pontos de Pernambuco, pesquisas revelam que o morcego é o maior responsável pela polinização das plantas, em participação bem maior do que a registrada na Mata Atlântica (Inst. Max Planck)

 

Por Eduardo Geraque, de Curitiba

Agência FAPESP - Os pesquisadores ainda não sabem o motivo da atração dos morcegos da Caatinga de Pernambuco pelas flores da região. Mas ninguém duvida de que esse processo biológico entre planta e animal ocorra de forma bastante freqüente.

"Os resultados dos nossos estudos chegam a surpreender", conta Isabel Cristina Machado, pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), à Agência FAPESP. Em três pontos específicos da Caatinga analisados, os morcegos foram responsáveis por 13,1% dos processos de polinização das plantas. "Não se sabe ainda o motivo e muito menos se isso é válido para toda a região."

A espécie de morcego que mais bebe o néctar das flores do interior de Pernambuco é a Glossophaga soricina, presente em 87,5% dos casos. Das oito plantas que foram acompanhadas pela equipe da UFPE, sete receberam a visita desse animal específico. Em seis tipos de plantas, apenas esse mamífero voador, e mais nenhum outro animal, carregou os pólens entre exemplares da mesma espécie.

"Os morcegos demonstraram ter preferência por cores pálidas, como o branco, verde claro e assim por diante. Nenhuma das cores era muito vistosa", explica Isabel, que está preparando os resultados, que fazem parte de um estudo bem mais amplo, para publicação. As famílias de plantas mais visitadas foram a Capparaceae e a Leguminosae.

Apesar de os dados de polinizadores para a Caatinga ainda serem escassos, é possível perceber que, no caso específico de Pernambuco, a participação dos morcegos é muito significativa, segundo Isabel. Foram registradas as visitas de 22 espécies diferentes pelos pesquisadores da UFPE, enquanto na Mata Atlântica outros estudos já realizados relatam, no máximo, a presença de 16 táxons. "Além disso, em florestas úmidas, a participação dos morcegos conhecida até agora é de apenas 3,6%", explica a pesquisadora, que esteve em Curitiba no 56º Congresso Brasileiro de Botânica.


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