Marcenaria coletiva estimula geração de trabalho e renda
(foto:divulgação)

Moradias renováveis
23 de março de 2005

Projeto pretende estimular a geração de trabalho e renda em atividades ligadas à cadeia de produção da habitação rural. Trabalhadores assentados estão construindo casas de qualidade com R$ 7 mil

Moradias renováveis

Projeto pretende estimular a geração de trabalho e renda em atividades ligadas à cadeia de produção da habitação rural. Trabalhadores assentados estão construindo casas de qualidade com R$ 7 mil

23 de março de 2005

Marcenaria coletiva estimula geração de trabalho e renda
(foto:divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Construir casas de qualidade, com baixo custo e que sigam princípios da habitação sustentável. Essas são as diretrizes de um projeto de pesquisa que vem sendo desenvolvido com 40 famílias do assentamento rural da Fazenda Pirituba, em Itapeva, no interior de São Paulo.

O projeto envolve estudos sobre o uso de novos componentes construtivos em uma marcenaria coletiva implementada na região. Os trabalhadores utilizam matérias-primas renováveis para produção de coberturas, portas e janelas das casas. Entre os materiais de destaque está o adobe, tijolo utilizado em vedações, produzido a partir da mistura de terra crua com fibras vegetais. As casas têm em média 70 metros quadrados.

"A idéia é estimular a geração de trabalho e renda em atividades ligadas à cadeia de produção da habitação rural", disse Lúcia Shimbo, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Habitação e Sustentabilidade (Habis), da Universidade de São Paulo, à Agência FAPESP. Estão envolvidos no projeto pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP, e da Universidade Federal de São Carlos.

Outra preocupação do projeto é contribuir para a diminuição do grande déficit em habitação rural existente no Brasil. "A maioria das ações hoje em habitação social está voltada para a construção de casas nos centros urbanos", conta Lúcia. Segundo a pesquisadora, estudo realizado em 2002 pela Fundação João Pinheiro, instituição ligada ao governo de Minas Gerais, calculou em 1,2 milhão de unidades o déficit de moradias em áreas rurais no país.

"As casas em construção na fazenda Pirituba, de dois e três dormitórios, têm custo médio de R$ 7 mil", disse a pesquisadora. A expectativa é que os resultados do projeto possam servir como referência para elaboração de políticas públicas para habitação rural em todo o país. Segundo Lúcia, todo o conhecimento gerado em Itapeva poderá ser expandido para outras regiões brasileiras, por meio de vídeos e manuais educativos.

"As publicações abordarão as diferentes etapas do processo, incluindo itens como métodos de participação dos moradores, processo autogestionário de construção e os tipos de madeira utilizados", explica a pesquisadora. Os estudos estão sendo realizados com o apoio da Caixa Econômica Federal e Programa de Tecnologia de Habitação (Habitare), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).


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