As organizações sociais, para Luís Madi, presidente da Abipti, são uma boa forma de gestão

Modelos saturados
05 de maio de 2006

Debate no Congresso Abipti 2006 identifica pontos de estrangulamento do sistema de inovação tecnológica brasileiro e aponta caminhos para que obstáculos possam ser superados nos próximos anos

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05 de maio de 2006

As organizações sociais, para Luís Madi, presidente da Abipti, são uma boa forma de gestão

 

Por Eduardo Geraque, de Campinas

Agência FAPESP - Pergunte ao presidente da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (Abipti), Luís Madi, qual é o modelo ideal, em termos jurídicos, para que um instituto de pesquisa possa enfrentar a complexidade atual que a resposta virá imediatamente.

"Há duas formas de enfrentar a grande demanda por inovação que temos hoje: a criação de organizações sociais e a criação das chamadas autarquias especiais. Os modelos de fundação, de empresas públicas ou ainda de administração direta centralizada estão ultrapassados", disse à Agência FAPESP durante o Congresso Abipti 2006, que está sendo realizado em Campinas (SP).

Segundo Madi, também coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), a melhoria na gestão das instituições de pesquisa que fazem parte dos modelos considerados superados também é uma forma de aumentar a produtividade. "Mas o ideal seria a transformação dessas instituições em organizações sociais, como ocorreu recentemente com o Instituto de Tecnologia de Pernambuco", afirmou.

Para outro participante da mesa-redonda sobre inovação tecnológica, Wolney Betiol, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, outros gargalos sistêmicos precisam ser eliminados. "Há nós no setor empresarial, governamental e nacional", disse.

De acordo com Betiol, faltam uma política econômica eficiente que promova o desenvolvimento sustentável, políticas públicas permanentes de estímulo à ciência e tecnologia e a criação de uma cultura voltada para a inovação dentro do setor privado. "Apesar de tudo isso, devemos lembrar que o setor acadêmico vai bastante bem, o que já é algo positivo", disse.

Guilherme Ary Plonski, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, preferiu uma visão otimista. "Estamos no limiar da revolução da inovação tecnológica e acredito que estamos preparados para enfrentar os obstáculos do setor. Vamos superá-los e daqui a dez anos voltamos a falar sobre isso", disse.

O Congresso Abipti 2006, que termina nesta sexta-feira (5/5), está sendo transmitido ao vivo pelo endereço www.abipti.org.br.


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