Concluída licitação para compra de supercomputador que incluirá o Brasil na lista dos países mais bem equipados para modelagem climática. Aquisição tem apoio da FAPESP (Foto: Cray)

Modelagem brasileira
14 de abril de 2010

Concluída licitação para compra de supercomputador que incluirá o Brasil na lista dos países mais bem equipados para modelagem climática. Aquisição tem apoio da FAPESP

Modelagem brasileira

Concluída licitação para compra de supercomputador que incluirá o Brasil na lista dos países mais bem equipados para modelagem climática. Aquisição tem apoio da FAPESP

14 de abril de 2010

Concluída licitação para compra de supercomputador que incluirá o Brasil na lista dos países mais bem equipados para modelagem climática. Aquisição tem apoio da FAPESP (Foto: Cray)

 

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – O Brasil deu um passo fundamental para se tornar um agente central na elaboração do próximo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). O motivo é que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) concluiu o processo de licitação para a compra de um supercomputador que será usado em previsões meteorológicas e estudos sobre mudanças climáticas.

O supercomputador, que deverá estar em funcionamento até o fim do ano, colocará o país entre os primeiros do mundo em aplicações de modelagem climática. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (12/4), pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, na presença do diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, durante a Conferência Paulista de C&T&I, realizada na sede da Fundação.

Segundo o ministro, a compra do supercomputador permitirá ao país dar um salto tecnológico significativo em termos de serviços meteorológicos. "Sem dúvida, é parte importante do esforço que o país realiza na superação de problemas ligados ao monitoramento e às previsões meteorológicas. Nesse sentido, a parceria com a FAPESP foi fundamental para ajudar a responder a esse e outros desafios da ciência brasileira nessa área", destacou Rezende.

A empresa norte-americana Cray ganhou a concorrência, com um supercomputador com 1.272 nós, cada um com dois processadores de 2 GHz e velocidade máxima de 192 gigaflops (bilhões de operações de ponto flutuante) por segundo. Além da Cray, a japonesa NEC apresentou proposta.

O desempenho teórico máximo do novo supercomputador do Inpe é de 244 teraflops (trilhões de operações) por segundo, e o desempenho efetivo no benchmark do CPTEC foi de 15,8 teraflops.

O valor total do investimento é de cerca de R$ 50 milhões, sendo que o Ministério da Ciência e Tecnologia entrará com R$ 35 milhões, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e R$ 15 milhões serão provenientes da FAPESP. O preço do sistema da Cray ficou em R$ 31,3 milhões e o restante será usado na infraestrutura, suporte e atualização dos equipamentos.

O preço do supercomputador foi um dos pontos destacados pelo ministro. “A proposta da Cray foi mais interessante que a da NEC, que pediu cerca de R$ 50 milhões. A máquina oferecida pela empresa vencedora tem velocidade três vezes maior do que a outra e apresenta menor consumo de energia”, disse.

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, destacou que boa parte da discussão sobre mudanças climáticas globais está pautada em resultados científicos recentes. “Quem está mais à frente da ciência está em melhor situação no debate mundial sobre os efeitos dessas mudanças e precisamos pôr o Brasil em uma posição mais favorável nessa discussão”, disse.

Brito destacou que parte do Programa FAPESP de Mudanças Climáticas Globais consiste no desenvolvimento de um modelo climático global.

“Isso é muito relevante, porque para fazer pesquisa competitiva em assuntos relacionados com mudanças climáticas ajuda muito se tivermos capacidade de rodar modelos próprios, que olhem melhor para a Amazônia e para o Atlântico Sul, por exemplo”, disse.

Concluída a licitação, agora a Cray tem seis meses para entregar o supercomputador. O próximo passo será montar a estrutura de energia elétrica. A previsão é que até o fim do ano o sistema esteja funcionando.
 

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