Hubble detecta a causa da misteriosa luz azul observada pelos astrônomos em Andrômeda
Com ajuda do telescópio espacial Hubble, cientistas conseguem identificar o responsável pela estranha luz azul em volta de um buraco negro na galáxia de Andrômeda
Com ajuda do telescópio espacial Hubble, cientistas conseguem identificar o responsável pela estranha luz azul em volta de um buraco negro na galáxia de Andrômeda
Hubble detecta a causa da misteriosa luz azul observada pelos astrônomos em Andrômeda
De acordo com os astrônomos responsáveis pelo estudo, a luz azul deriva de um disco de estrelas jovens. Essas estrelas se movimentam em torno de um buraco negro supermassivo no coração da galáxia, de forma similar à dos planetas do Sistema Solar em relação ao Sol.
Além de encontrar o disco de estrelas, os cientistas também puderam se certificar da existência do buraco negro. Desde 1988, quando foi vista pela primeira vez, não se sabia ao certo o que constituía a gigantesca formação escura no centro da galáxia de Andrômeda. Agora, além da certeza de ser um buraco negro, foi possível calcular a sua massa: 140 milhões de vezes a do Sol.
Mas essa certeza deixou os pesquisadores intrigados. A dúvida agora é como o disco de estrelas conseguiu se formar tão próximo do buraco negro gigante. A questão é que a força exercida pelo buraco negro deveria dilacerar a matéria à sua volta, não permitindo, por exemplo, que gás e poeira formassem estrelas.
"Olhar esse disco de estrelas é como ver um mágico tirar um coelho da cartola. Você sabe que aconteceu, mas não sabe como", disse Tod Lauer, do Observatório Astronômico Óptico Nacional, dos Estados Unidos, e um dos responsáveis pela observação, em comunicado do Centro de Informações do Hubble. Os resultados estão publicados na edição de 20 de setembro do Astrophysical Journal.
A misteriosa luz azul foi observada pela primeira vez em 1995, por astrônomos da Universidade de Washington, também com o uso do telescópio espacial. Na época, achou-se que se tratava da luz emitida por uma estrela. Três anos depois, novas observações indicaram que a luz poderia ser resultado de um aglomerado de estrelas.
Agora, após novo estudo em que foi empregado o espectrógrafo do telescópio espacial, os cientistas concluíram que a luz resulta de mais de 400 estrelas, formadas há cerca de 200 milhões de anos e agrupadas num disco com apenas um ano-luz de diâmetro.
Os cientistas também puderam calcular que as estrelas estão se movendo muito rapidamente, a mais de 3,6 milhões de quilômetros por hora – nessa velocidade, levariam 6 minutos para ir da Terra à Lua. As mais rápidas completam suas órbitas em cem anos.
Segundo os autores do estudo, o núcleo ativo da galáxia de Andrômeda provavelmente formou discos similares no passado e deve continuar a fazê-lo no futuro.
Mais informações: www.spacetelescope.org
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