Paul Long, do King’s College London, fala sobre novas técnicas de microbiologia ambiental no dia 29, na USP. Seminário integra projeto aprovado em chamada FAPESP-KCL (Wikimedia)

Mineração de microrganismos
28 de março de 2011

Paul Long, do King’s College London, fala sobre novas técnicas de microbiologia ambiental no dia 29, na USP. Seminário integra projeto aprovado em chamada FAPESP-KCL

Mineração de microrganismos

Paul Long, do King’s College London, fala sobre novas técnicas de microbiologia ambiental no dia 29, na USP. Seminário integra projeto aprovado em chamada FAPESP-KCL

28 de março de 2011

Paul Long, do King’s College London, fala sobre novas técnicas de microbiologia ambiental no dia 29, na USP. Seminário integra projeto aprovado em chamada FAPESP-KCL (Wikimedia)

 

Por Mônica Pileggi

Agência FAPESP – Nesta terça-feira (29/3), o professor Paul Long, da Divisão de Ciências Farmacêuticas do King’s College London, no Reino Unido, ministrará a palestra “From DNA sequences to chemical structures: methods for mining microbial genomic and metagenomic datasets for new natural products”, na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista.

O evento, com início previsto para o meio-dia, na sala 101 do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, faz parte das atividades do projeto de pesquisa "Construção de diplóides da bactéria Streptomyces: implicações na evolução do genoma e descobrimento de drogas", aprovado em chamada realizada pela FAPESP em parceria com o King’s College London.

Uma das técnicas usadas na microbiologia ambiental é o isolamento do DNA chamado metagenômico, que inclui todos os genomas em uma única amostra.

“Tem sido um grande avanço já que as técnicas microbiológicas atuais revelam perdas de até 99% dos microrganismos presentes na amostra”, disse Gabriel Padilla, professor do Departamento de Microbiologia e organizador do seminário. 

Segundo ele, o desafio é descobrir como acessar esse elevado número de perdas durante o processo que antecede o sequenciamento de um genoma. “Se a amostra de DNA for de boa qualidade, o resultado será mais preciso, uma vez que o número de informações será impactante”, disse.

Devido ao volume, as informações precisam também ser organizadas de modo a evitar perdas de material biológico. Para isso, o grupo de Long desenvolve programas de bioinformática que analisam famílias de compostos químicos que respondem a certas características.

“Em nosso projeto, focamos no grupo dos policetídeos. Do ponto de vista biotecnológico, são moléculas de altíssimo interesse para a ciência básica”, disse Padilla. Os policetídeos, como o prefixo já diz, são moléculas de múltiplas aplicações. Tratam-se de complexos produzidos por bactérias, fungos ou plantas, sendo, muitos deles, antibióticos.

Os pesquisadores desejam entender como ocorre a instabilidade genética da bactéria Streptomyces. “Essas alterações dentro do genoma, que ainda não sabemos como ocorrem, podem geram grandes consequências, como a perda da produção do antibiótico”, disse Padilla.

De acordo com o pesquisador da USP, essas bactérias são responsáveis por 70% dos antibióticos disponíveis hoje no mercado. “Elas são as maiores produtoras existentes na natureza”, disse.

O objetivo de Padilla e Long, que realizam trabalhos nos laboratórios do ICB-USP e no KCL em parceria com outros dois pesquisadores, o alemão John Cullum, e o croata Daslav Hranueli, é descobrir novos policetídeos a partir do estudo da Streptomyces.
 

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