Representantes do gênero Bacteroides são os mais abundantes na flora intestinal
(imagem:Riken)
Pesquisadores dos EUA descrevem o caminho bioquímico usado por um gênero de bactérias, presente aos milhões no intestino de humanos, para não serem detectadas pelo sistema imunológico
Pesquisadores dos EUA descrevem o caminho bioquímico usado por um gênero de bactérias, presente aos milhões no intestino de humanos, para não serem detectadas pelo sistema imunológico
Representantes do gênero Bacteroides são os mais abundantes na flora intestinal
(imagem:Riken)
Em artigo publicado na edição de 18 de março da revista Science, o grupo de Michael Coyne, da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, ajuda a esclarecer parte da dúvida. Os pesquisadores identificaram o caminho bioquímico usado por bactérias do gênero Bacteroides, as mais comuns no intestino humano, para não serem percebidas pelo sistema imunológico.
Descobriram que existe no interior das cavidades intestinais uma simbiose: as bactérias estimulam as células epiteliais do intestino a produzir determinadas moléculas de gordura, usadas pelos próprios mamíferos como revestimento dessa região.
Não existe prejuízo para nenhum dos lados. As bactérias também sintetizam suas próprias moléculas de açúcar, idênticas às produzidas pelo corpo humano. Como as duas são iguais, os estímulos imunológicos não são deflagrados. Ou seja, o mimetismo açucarado salva a vida dos microrganismos.
Os cientistas também conseguiram provar que a capacidade de se mimetizar atrás de moléculas bastante específicas de gordura é fundamental para a evolução das bactérias. Aquelas que por alguma razão – uma mutação, por exemplo – não sintetizam capas de açúcar sofrem primeiro as conseqüências do processo competitivo.
O artigo Human symbionts use a host-like pathway for surface fucosylation de Michael Coyne, Barbara Reinap, Martin Lee e Laurie Comstock, todos da Escola de Medicina de Harvard, pode ser lido no site da Science, em www.sciencexpress.org.
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