Plano para o combate a espécies aquáticas invasoras é finalizado em Brasília por representantes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai(foto: Ibama)

Mercosul vai controlar águas de lastro
30 de abril de 2004

Plano para o combate a espécies aquáticas invasoras é finalizado em Brasília por representantes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Espécies como o mexilhão dourado, transportados entre países pelos tanques de navios, já causam impacto ambiental em várias regiões

Mercosul vai controlar águas de lastro

Plano para o combate a espécies aquáticas invasoras é finalizado em Brasília por representantes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Espécies como o mexilhão dourado, transportados entre países pelos tanques de navios, já causam impacto ambiental em várias regiões

30 de abril de 2004

Plano para o combate a espécies aquáticas invasoras é finalizado em Brasília por representantes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai(foto: Ibama)

 

Agência FAPESP - O cerco do mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil vem impressionando os cientistas. Essa espécie de molusco teria chegado ao rio da Prata em 1991. Como? Por meio das águas de lastro que os grandes navios interoceânicos carregam em todas as viagens que fazem.

A partir de Buenos Aires, foi fácil para o mexilhão invadir o Brasil. Mais uma vez, eles embarcaram em algum navio, chegando a Porto Alegre. Uma outra rápida migração também teria ocorrido rio Paraná e rio Paraguai acima. Hoje, por exemplo, grandes quantidades do invertebrado são encontradas em Corumbá e Cuiabá.

O problema não é só brasileiro e é tão grande que dirigentes de organizações governamentais ligadas ao meio ambiente se reuniram essa semana, em Brasília, para fechar um plano estratégico de ação regional para o controle de gestão de água de lastro e espécies aquáticas invasoras. Representantes de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai assinaram um documento que agora deverá ser aprovado formalmente em outra reunião, em junho, em Buenos Aires.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) declarou o mexilhão dourado como um inimigo nacional. Em 20 de abril, a própria ministra Marina Silva lançou uma campanha de combate ao molusco. Além da adoção de medidas emergenciais para combater o problema, a intenção do ministério é fazer um trabalho de informação para esclarecer a sociedade.

Segundo o MMA, em alguns locais do Brasil já foram encontrados mais de 40 mil mexilhões por metro quadrado. Essas espécies invasoras chegam a entrar em tubulações das companhias de abastecimento de água potável. Além do risco para a saúde humana, o eventual entupimento aumenta os custos de operação das empresas.

O foco de ação da primeira fase da campanha emergencial do ministério será nas regiões das represas de Porto Primavera, Jupiá e Ilha Solteira, que ficam na divisa dos Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. O delta do Jacuí, em Porto Alegre, também foi considerado como área prioritária nesse início de trabalho.

No âmbito do Mercosul, o plano de ação será executado por um grupo com representantes de vários países. O objetivo principal é desenvolver medidas em conjunto que possam reduzir as transferências de organismos aquáticos nocivos e patogênicos. Pesquisa científicas também atestam que algumas epidemias de cólera registradas na América do Sul dos anos 90 foram causadas por microrganismos transportados pela água de lastro.


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