Pesquisadora da Unicamp mostra como mulheres sedentárias que começam a praticar exercícios durante a gravidez passam mais tranqüilamente pelo momento de dar à luz
Pesquisadora da Unicamp mostra como mulheres sedentárias que começam a praticar exercícios durante a gravidez passam mais tranqüilamente pelo momento de dar à luz
Agência FAPESP - Mulheres que se exercitam com regularidade estão mais preparadas para enfrentar as dores do parto. Os benefícios se estendem também às sedentárias que passam a praticar atividades físicas de intensidade moderada durante a gravidez, mais especificamente a hidroginástica.
A tese é da fisioterapeuta Erica Passos Baciuk, em doutorado apresentado no Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Na literatura médica sempre existiu a dúvida quanto às vantagens de se iniciar uma atividade física no meio da gestação", disse a pesquisadora à Agência FAPESP.
Para verificar a hipótese, Erica propôs que 78 mulheres que não praticavam exercícios há pelo menos oito meses se dividissem em dois grupos. Um deles passaria a freqüentar aulas de hidroginástica três vezes por semana enquanto as mulheres do segundo grupo permaneceriam sem se exercitar.
Atendidas pelo serviço pré-natal do Hospital Universitário da Unicamp, as voluntárias deveriam estar grávidas de apenas um bebê e ter gestação de baixo risco. Todas elas passaram por avaliações físicas – na 20ª semana de gestação, na 25ª e e na 35ª – para testar suas capacidades cardiovasculares e de seus bebês.
De acordo com a pesquisadora, a prática de exercícios não interferiu no tipo de parto ou na duração dele e, sim, na capacidade de a mulher se sentir mais disposta no final da gestação, suportando melhor a dor das contrações até o nascimento do bebê.
"As mulheres que fizeram hidroginástica e tiveram parto normal solicitaram menos analgésicos do que aquelas que não se exercitaram", conta a fisioterapeuta. Ela conseguiu acompanhar o nascimento dos bebês de 70 mulheres. Entre aquelas que deram à luz por meio de parto normal, 27% das praticantes de ginástica pediram analgésico contra 65% das sedentárias.
De acordo com a pesquisadora, mesmo evoluindo para cesárea – em casos onde houve riscos para mãe ou para o bebê – o parto das mulheres que se exercitaram foi mais tranqüilo.
O trabalho de Erica Passos Baciuk fez parte de um estudo coletivo sobre gravidez e exercícios, desenvolvido no Centro de Atenção Integral à Saúde de Mulher (Caism), da Unicamp, que engloba outras quatro pesquisas de mestrado e doutorado. Os resultados serão apresentados durante o 26º Congresso Brasileiro de Fisioterapia, de 5 a 10 de outubro, em São Paulo.
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