Cientistas da Universidade da Pensilvânia têm bons resultados com uso do modafinil para tratamento de dependentes de cocaína (ilust.: ACD)

Medicamento para dependência
21 de janeiro de 2005

Após testes bem-sucedidos com 62 pacientes, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia identificam substância que pode se tornar o primeiro medicamento para tratar dependentes de cocaína

Medicamento para dependência

Após testes bem-sucedidos com 62 pacientes, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia identificam substância que pode se tornar o primeiro medicamento para tratar dependentes de cocaína

21 de janeiro de 2005

Cientistas da Universidade da Pensilvânia têm bons resultados com uso do modafinil para tratamento de dependentes de cocaína (ilust.: ACD)

 

Agência FAPESP - Apesar da extensão do problema, não há medicamentos aprovados para o tratamento da dependência de cocaína hoje no mundo. Uma esperança de reverter o panorama acaba de ser divulgada por cientistas nos Estados Unidos.

Um estudo controlado feito na Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia resultou na identificação do modafinil como um possível medicamento para o tratamento de dependentes. Essa droga já é aprovada em diversos países há vários anos e utilizada para a narcolepsia, a sonolência incontrolável.

Os pesquisadores verificaram que o modafinil promoveu a abstinência da cocaína e também funcionou como bloqueador dos efeitos de euforia produzidos pela substância. Os testes foram realizados nos anos de 2002 e 2003 com 62 dependentes de cocaína, entre 25 e 63 anos e sem históricos psiquiátricos ou problemas físicos significativos.

"Se os resultados forem confirmados por novos estudos, podemos estar diante da grande conquista que estávamos esperando", disse Charles Dackis, o principal autor da pesquisa. Os resultados do estudo foram publicados na edição de janeiro do Journal of Neuropsychopharmacology.

Após oito semanas de tratamento, os 30 pacientes que receberam modafinil (400 mg por dia) apresentaram um índice de abstinência muito maior do que os 32 que ingeriram apenas placebo. A verificação foi feita por exames de urina.

Os pesquisadores não detectaram efeitos adversos sérios entre os voluntários que foram tratados com o modafinil. Os resultados animadores levaram a mais três estudos, que estão sendo conduzidos nos Estados Unidos, um deles no próprio grupo de Dackis, da Universidade da Pensilvânia.

"Qualquer tratamento efetivo para a dependência de cocaína ajudará aqueles mais vulneráveis em nossa sociedade a superar o problema e voltar a ter o controle de suas vidas", afirma Dackis.

O artigo A Double-Blind, Placebo-Controlled Trial of Modafinil for Cocaine Dependence, de Charles Dackis, Kyle Kampman, Kevin Lynch, Helen Pettinati e Charles O'Brien, pode ser lido no site do Journal of Neuropsychopharmacology, em www.nature.com/npp.


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