Estudantes brasileiros conquistam quatro medalhas de bronze na Olimpíada Internacional de Informática, realizada no Cairo. Foi o melhor desempenho desde que o país participa da competição
Estudantes brasileiros conquistam quatro medalhas de bronze na Olimpíada Internacional de Informática, realizada no Cairo. Foi o melhor desempenho desde que o país participa da competição
Por Thiago Romero
Agência FAPESP – O Brasil teve seu melhor desempenho na Olimpíada Internacional de Informática (IOI, na sigla em inglês) desde quando começou a participar da competição, em 1999. Todos os quatro estudantes da equipe brasileira presentes em sua 19ª edição, realizada de 16 a 23 de agosto, na cidade do Cairo, no Egito, ganharam medalhas de bronze.
São eles: Ricardo Pereira, do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade de São Paulo (USP); Pedro Bezerra da Silva, do Colégio Instituto de Tecnologia ORT, no Rio de Janeiro; Marcelo Póvoa, do Instituto de Computação (IC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e Gabriel Dallalio, do Colégio Poliedro, em São José dos Campos (SP).
A equipe foi selecionada entre os melhores colocados da Olimpíada Brasileira de Informática (OBI), organizada por centenas de professores em todo o país e promovida pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e Fundação Carlos Chagas.
“Esse foi o desempenho mais consistente dos brasileiros. Eles estavam muito bem preparados, ficando à frente de estudantes de outros países com mais tradição que o Brasil em olimpíadas científicas”, disse Ricardo Anido, coordenador da OBI e professor do Instituto de Computação da Unicamp, à Agência FAPESP.
Participaram da IOI 283 competidores de 73 países, com idade máxima de 19 anos. O objetivo da competição internacional, destinada a alunos do ensino médio ou que o tenham cursado no ano anterior, é estimular o interesse pela ciência da computação e informação tecnológica.
“Foram distribuídas, ao todo, aproximadamente 20 medalhas de ouro, 40 de prata e 70 de bronze. O nível técnico é muito elevado e isso pode ser medido pelo fato de, este ano, 60 alunos não terem pontuado”, aponta Anido. Na soma total, cada aluno pode fazer 600 pontos na disputa.
Para isso eles devem resolver seis questões em dois dias, em um período máximo de cinco horas por dia. As provas são feitas individualmente, cabendo aos competidores resolver os problemas computacionais propostos sem qualquer tipo de ajuda externa.
“Os estudantes têm que resolver em algumas horas o que muitos profissionais talvez demorem meses para resolver. Os quatro alunos brasileiros tiveram uma média de 150 pontos cada, uma pontuação muito boa considerando a complexidade dos problemas propostos”, comemora o professor.
“Esses problemas, extraídos de artigos publicados recentemente em revistas científicas internacionais, englobam áreas como técnicas de programação, algoritmos e estrutura de dados sofisticadas. Em uma das questões os alunos precisam desenvolver um software para cumprir uma determinada finalidade”, explicou Anido.
Mais informações sobre a Olimpíada Internacional de Informática: http://www.ioinformatics.org/index.shtml
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.