Livro reúne informações sobre os cerca de 1 mil projetos apoiados pelo Programa Jovens Pesquisadores desde 1995 em diferentes áreas do conhecimento. Publicação pode ser baixada pela internet (Eduardo Cesar/FAPESP)

Aposta da FAPESP no futuro
13 de dezembro de 2010

Livro reúne informações sobre os cerca de 1 mil projetos apoiados pelo Programa Jovens Pesquisadores desde 1995 em diferentes áreas do conhecimento. Publicação pode ser baixada pela internet

Aposta da FAPESP no futuro

Livro reúne informações sobre os cerca de 1 mil projetos apoiados pelo Programa Jovens Pesquisadores desde 1995 em diferentes áreas do conhecimento. Publicação pode ser baixada pela internet

13 de dezembro de 2010

Livro reúne informações sobre os cerca de 1 mil projetos apoiados pelo Programa Jovens Pesquisadores desde 1995 em diferentes áreas do conhecimento. Publicação pode ser baixada pela internet (Eduardo Cesar/FAPESP)

 

Por Jussara Mangini

Agência FAPESP – Voltado para a formação de novas lideranças científicas, o Programa Jovens Pesquisadores (JP) em Centros Emergentes, da FAPESP, apoiou 1.074 projetos de pesquisa desde sua criação, em 1995, até novembro de 2010. Informações sobre os 953 projetos apoiados até dezembro de 2009 estão reunidos no livro Investindo no Futuro: O Programa Jovens Pesquisadores, recém-lançado pela Fundação.

O livro se destina a pesquisadores interessados em conhecer os objetivos e fatores motivadores dos estudos apoiados entre 1995 e 2009. Os 953 projetos abrangem uma grande diversidade de temas em diferentes áreas do conhecimento e estão distribuídos em seis capítulos: Ciências Agrárias e Veterinárias (com 88 resumos de pesquisas), Ciências Biológicas (207), Ciências Exatas (261), Ciências Humanas (79), Engenharias (151) e Saúde (167). O último capítulo traz uma seleção de matérias sobre os projetos publicadas na revista Pesquisa FAPESP.

A FAPESP concedeu R$ 222,2 milhões a esses projetos, que foram selecionados entre 3.282 propostas recebidas ao longo de 14 anos, em uma demonstração do rigor característico da FAPESP na avaliação do mérito das propostas apresentadas e que nesse programa estão acentuados.

Com esse programa de pesquisa, a FAPESP oferece oportunidade de trabalho a doutores talentosos e de grande potencial, com propostas cientificamente sólidas, das quais se possa esperar a criação de novos núcleos de pesquisadores em instituições que ainda não têm tradição em pesquisa ou a criação de novas linhas de pesquisa em instituições que já têm tradição consolidada.

“Embora São Paulo ocupe posição de liderança em vários aspectos que favorecem o desenvolvimento da ciência e tecnologia, sua situação ainda não alcançou o patamar da nossa ambição. O Programa Jovens Pesquisadores é uma aposta da FAPESP no futuro. Formar novas lideranças científicas é uma estratégia de desenvolvimento. Nosso objetivo é estimular a formação de novas gerações de pesquisadores competentes e capazes de liderar novos grupos de pesquisa”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP.

Lafer ressalta que o número de doutores formados anualmente no Brasil arrefeceu nos últimos anos, o que deixa o país vulnerável, tendo em vista o desafio da velocidade do processo de conhecimento contemporâneo que requer sempre um número crescente de recursos humanos qualificados.

Daí a importância de iniciativas como o JP, que valoriza e gera condições de trabalho adequadas aos doutores, com possibilidade de ação conjunta com pesquisadores de outros países num empenho da FAPESP em estimular o aumento potencial do conhecimento e a consolidação de uma comunidade científica de excelência internacional.

Nesse sentido, o Programa também tem buscado estimular grupos que atuam em temas de fronteira e com inserção internacional ainda não cobertos por pesquisadores no estado.

“Queremos atrair jovens doutores do Brasil e de outros países, em um movimento oposto ao da evasão de cérebros que costuma marcar os países em desenvolvimento, de forma a fortalecer ainda mais o sistema de ciência e tecnologia do Estado de São Paulo”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

O JP foi o primeiro no Brasil a permitir que pesquisadores em início de carreira pudessem solicitar apoio para desenvolver seus estudos sem que fosse exigido um vínculo empregatício com uma instituição. Essa característica contribui para a descentralização da produção científica ao facilitar o ingresso desses profissionais em instituições com potencial para desenvolver novas linhas de pesquisa, mas que nem sempre dispõem de vagas ou infraestrutura apropriada.

Como os jovens pesquisadores contam com Bolsa e Auxílio, podem colaborar com a graduação e a pós-graduação e o programa permite investimento em infraestrutura de pesquisa na instituição, o acolhimento desses doutores é interessante também para os centros de pesquisa. Para os jovens pesquisadores já vinculados às instituições, o apoio da FAPESP é concedido na modalidade auxílio à pesquisa.

Eficiência comprovada

Entre 2007 e 2008, uma amostra de 340 projetos do Programa JP – 86% dos concluídos entre 1996 e 2007 – foi avaliada pelo Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação (Geopi), do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Os resultados da avaliação comprovaram que os principais propósitos dessa iniciativa estão sendo atendidos:

  • Perfil dos pesquisadores: maioria com idade média de 42 anos e 76% com pós-doutorado.
  • Fixação dos pesquisadores em São Paulo: 42% foram contratados pela instituição acolhedora durante ou após o auxílio. Outros 26% já estavam contratados antes do auxílio e 19% foram contratados por outras instituições de ensino superior e pesquisa.
  • Formação de novos núcleos de pesquisa: 70% dos jovens pesquisadores criaram ou impulsionaram outros grupos de pesquisa em São Paulo.
  • Produção científica: considerando apenas as publicações em periódicos científicos decorrentes diretamente da pesquisa realizada no âmbito do programa, foram publicados mais de cinco mil textos em anais de eventos nacionais e internacionais, 42 livros, 211 capítulos de livros, 583 artigos nacionais e 1.988 internacionais.
  • Resultados dos projetos: ao todo, 264 projetos geraram 469 resultados. Desses, 366 estão relacionados ao avanço do conhecimento, 21 à obtenção de novos produtos, 50 a novos processos, 20 a novos softwares e três a novos serviços. Foram relatadas 103 inovações, além de 36 direitos de propriedade intelectual, sendo 39 patentes.
  • Impacto na instituição: a avaliação indica que o programa promove a consolidação das atividades de pesquisa da instituição acolhedora, desde o fortalecimento da infraestrutura à criação de novas áreas e linhas de pesquisa. Além disso, foram criados seis novos cursos de graduação, 92% dos jovens pesquisadores orientaram alunos de graduação ou pós, em mais de 4 mil trabalhos.
  • Reconhecimento: 59 projetos receberam prêmios e distinções para o pesquisador e para a instituição.

O pdf do livro Investindo no Futuro: O Programa Jovens Pesquisadores está disponível no Portal da FAPESP no endereço: www.fapesp.br/publicacoes/jp2010.pdf.

 

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