Astrônomos captam luz emitida por galáxia quando o Universo tinha apenas 600 milhões de anos e estava coberto por uma névoa de hidrogênio (divulgação)

Galáxia mais distante é descoberta
21 de outubro de 2010

Astrônomos captam luz emitida por galáxia quando o Universo tinha apenas 600 milhões de anos e estava coberto por uma névoa de hidrogênio

Galáxia mais distante é descoberta

Astrônomos captam luz emitida por galáxia quando o Universo tinha apenas 600 milhões de anos e estava coberto por uma névoa de hidrogênio

21 de outubro de 2010

Astrônomos captam luz emitida por galáxia quando o Universo tinha apenas 600 milhões de anos e estava coberto por uma névoa de hidrogênio (divulgação)

 

Agência FAPESP – O objeto astronômico mais distante da Terra de que se tem conhecimento acaba de ser descoberto. Distante e antigo, pois a luz identificada pelo estudo foi emitida por uma galáxia há mais de 13 bilhões de anos, quando o Universo contava com apenas 600 milhões de anos.

A galáxia UDFy-38135539 foi identificada a partir de observações com o Very Large Telescope (VLT), do European Southern Observatory (ESO), instalado em Cerro Paranal, no Chile. O estudo foi publicado na edição desta quinta-feira (21/10) da revista Nature.

Matthew Lehnert, do Observatório de Paris, e colegas mediram por espectroscopia o desvio para o vermelho (redshift, em inglês) da galáxia, isto é, a alteração na forma como a frequência das ondas de luz é observada em função da velocidade relativa entre a fonte emissora e o observador.

A medição foi feita por meio dos comprimentos de onda da chamada emissão de Lyman-alfa de átomos de hidrogênios pela galáxia. Os cientistas verificaram uma emissão em um comprimento de onda de 1,16 micrômetro, o que resulta em um desvio para o vermelho de 8.55. Até então, os recordes eram mantidos por uma galáxia com redshift de 6.96 e por uma explosão de raios gama com 8.2, esta última descoberta em 2009.

Além de ser o objeto mais antigo já descoberto, a galáxia UDFy-38135539 é de grande interesse para a ciência por ser uma emissão da “era da reionização”, período na infância do Universo quando a radiação das primeiras galáxias ionizou o gás em sua volta alterando seu estado físico.

Segundo os autores do estudo, à medida que mais galáxias dessa era forem descobertas, será possível entender melhor a natureza das forças responsáveis por esse importante processo na evolução do Universo.

Estima-se que a reionização tenha terminado 1 bilhão de anos após o Big Bang. O processo encheu o Universo com uma espécie de névoa de hidrogênio, o que dificulta a observação de objetos com a idade da UDFy-38135539.

O artigo Spectroscopic confirmation of a galaxy at redshift z=8.6 (doi:10.1038/nature09462), de Matthew Lehnert e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
 

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.