Modelo desenvolvido na Poli calcula as concentrações de monóxido de carbono pelo corpo humano

Matemática respiratória
29 de setembro de 2005

Programa de computador calcula as concentrações de monóxido de carbono no corpo humano. Ferramenta desenvolvida na Poli-USP foi usada na análise dos critérios de qualidade do ar utilizados em São Paulo

Matemática respiratória

Programa de computador calcula as concentrações de monóxido de carbono no corpo humano. Ferramenta desenvolvida na Poli-USP foi usada na análise dos critérios de qualidade do ar utilizados em São Paulo

29 de setembro de 2005

Modelo desenvolvido na Poli calcula as concentrações de monóxido de carbono pelo corpo humano

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - O Laboratório de Engenharia Térmica e Energia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), coordenado pelo professor Jurandir Yanagihara, acaba de obter mais um avanço no campo da bioengenharia. O resultado vem da dissertação de mestrado de Cyro Albuquerque Neto, que desenvolveu um programa de computador que calcula as concentrações de monóxido de carbono (CO) pelo corpo humano.

O grande trunfo da ferramenta computacional é apresentar um modelo matemático do sistema respiratório. As equações calculam a quantidade de gás a partir da composição do ar inspirado e dos parâmetros fisiológicos humanos. "Uma das simulações já realizadas, após a validação do equipamento, analisou a poluição urbana de São Paulo", disse Yanagihara à Agência FAPESP.

Um dos critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) diz que a média da concentração de CO durante oito horas, em zonas como a região metropolitana de São Paulo, não deve ultrapassar o valor de 9 partes por milhão. "O nosso modelo mostrou que essa concentração é adequada para um indivíduo que tenha feito atividades físicas moderadas", explica o professor da Poli.

Uma das vantagens do novo programa de computador, que está concluído, é poder substituir outros tipos de experimentos. "É uma ferramenta para ser usada no lugar de pessoas colocadas para respirar altas concentrações de monóxido", disse Yanagihara. Apesar de a ferramenta ser feita a partir de um sistema complexo, ela permite a realização de análise simples de vários fenômenos envolvendo o gás carbônico (CO2).

Outra aplicação do programa, já usada pelos engenheiros da Poli, está relacionada à medição da influência da variação do oxigênio e do gás carbônico durante a exposição ao monóxido. Essa situação ocorre principalmente em incêndios. Como o fogo consome o oxigênio disponível no ambiente e libera normalmente CO2, as concentrações de monóxidos também aumentam.

O programa mostrou que, para quem respira naquele ambiente, a hiperventilação pulmonar antecipa a absorção do monóxido livre no local. Nesse caso, o risco de intoxicação também aumenta. Segundo o professor da Poli, em ambas as situações o modelo apresentou coerência com todos os dados experimentais e mostrou ser bem representativo do transporte de CO no corpo humano.


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