Máscaras, luvas e a lavagem das mãos
04 de agosto de 2003

Pesquisa realizada na Universidade da Califórnia mostra que cuidados básicos de higiene dentro dos hospitais são decisivos para o controle de epidemias como a da Sars. Cientistas utilizaram um modelo matemático na metodologia de trabalho

Máscaras, luvas e a lavagem das mãos

Pesquisa realizada na Universidade da Califórnia mostra que cuidados básicos de higiene dentro dos hospitais são decisivos para o controle de epidemias como a da Sars. Cientistas utilizaram um modelo matemático na metodologia de trabalho

04 de agosto de 2003

 

Agência FAPESP - Uma ação rápida e sustentada por parte dos enfermeiros para a implementação de simples medidas de higiene. Usar máscaras, luvas e lavar sempre as mãos é uma importante medida de combate à expansão de epidemias, como a pneumonia asiática (Sars), por exemplo. A conclusão foi obtida com a ajuda de um modelo matemático desenvolvido na Universidade da Califórnia, Berkeley, nos Estados Unidos, e publicada no Proceedings B, periódico editado pela Royal Society inglesa.

O estudo procurou examinar como a Sars, que se espalha rapidamente em um ambiente hospitalar, poderia ser detida. Depois das análises matemáticas, os cientistas concluíram que medidas de fácil implementação e de baixo custo são as mais importantes a serem tomadas em situações de emergência.

Segundo a pesquisa, coordenada por James Lloyd-Smith, do Departamento de Biofísica da Universidade, os fatos registrados em Taiwan e Toronto, com a Sars, apenas ratificam os resultados encontrados. Nas duas cidades, a doença se alastrou rapidamente devido a falhas nos hospitais em relação ao controle de infecções. Como a correção dos erros foi rápida, segundo a pesquisa, as cidades ficaram por pouco tempo na lista dos locais de alto risco feita pela Organização Mundial de Saúde.

O modelo matemático mostrou que atitudes simples de higiene são mais importantes que ações mais específicas, como o isolamento físico de alas inteiras dos hospitais apenas para os portadores da Sars. Segundo os pesquisadores, a descoberta é importante também para ajudar no desenvolvimento de políticas públicas de saúde dos países do primeiro mundo.

Em abril, os infectologistas Eduardo Massad e Marcelo Burattini, da Universidade de São Paulo, enviaram à revista científica Nature um estudo com conclusões semelhantes à da pesquisa americana.

Reportagem publicada em 6/7 pelo jornal Folha de S.Paulo ressaltou que o trabalho dos pesquisadores brasileiros chegou a calcular em 1.778 o número de casos de Sars em Hong Kong, caso fossem adotadas medidas de controle, como o uso de máscaras e luvas, e de higiene básicas. A província chinesa teve a doença contida no mês seguinte, após 1.765 casos. Segundo os brasileiros, caso não fossem adotadas tais medidas, Hong Kong poderia ter, em pouco tempo, mais de 320 mil casos.


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