Mapeamento da gravidez precoce
06 de novembro de 2003

Estudo feito por pesquisadores da Universidade de Brasília traça o perfil da jovem mãe das classes pobres no Distrito Federal

Mapeamento da gravidez precoce

Estudo feito por pesquisadores da Universidade de Brasília traça o perfil da jovem mãe das classes pobres no Distrito Federal

06 de novembro de 2003

 

Agência FAPESP - Grande parte das mães adolescentes do Distrito Federal conhece os métodos contraceptivos, porém não se preocupa em evitar a gravidez. Esta conclusão é de um estudo realizado por médicos da Universidade de Brasília (UnB). A boa notícia é que praticamente todas passam por exames pré-natais para acompanhar o desenvolvimento do bebê.

Coordenado pela pediatra Marilúcia Picanço, do Hospital Universitário de Brasília (HUB), o trabalho de acompanhamento das adolescentes começou em 1998 e pretendeu traçar um perfil das mães de "primeira viagem".

A pesquisa foi feita com 425 adolescentes entre 13 e 19 anos que estavam na primeira gravidez. Do total de meninas atendidas, 70% pertenciam a famílias de baixa renda e 30% eram das classe média e média baixa. A conclusão foi de que mais de 60% das gestantes sabem como funcionam os métodos anticoncepcionais disponíveis no mercado.

De acordo com a pesquisadora, apesar das dificuldades financeiras, nenhuma das mães demonstrou preocupação com o futuro dos bebês. Juntas, ou separadas dos pais das crianças, as gestantes não manifestaram a importância da estabilidade conjugal ou o desejo de constituir família.

Os dados do levantamento mostram que as meninas que mais assumiram o papel de mãe foram aquelas que não moravam com os pais ou sogros, e tinham apoio do cônjuge. Do outro lado, por pressão ou insegurança, as adolescentes delegam a função maternal para as avós dos bebês.

O levantamento também constatou que quase 96% das jovens passaram por consultas pré-natais e 88% receberam orientações sobre amamentação dos profissionais de saúde.

O Ambulatório de Crescimento e Desenvolvimento atende 25 adolescentes por mês. Além de acompanhar a recuperação do parto e o desenvolvimento da criança até um ano depois do nascimento, oferece apoio psicológico às mães, que são atendidas individualmente e em grupos com outras meninas que vivem a mesma situação.


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