Sem contar os dados africanos, o novo mapa mostra uma distorção média no número de casos de 200%
(foto:Nature)
Nova abordagem metodológica, apresentada na edição desta quinta (10/3) da Nature, redesenha a situação dos casos clínicos de P. falciparum no mundo. O mapa, feito com dados de 2002, mostra que houve 50% a mais de episódios em relação ao dados da OMS
Nova abordagem metodológica, apresentada na edição desta quinta (10/3) da Nature, redesenha a situação dos casos clínicos de P. falciparum no mundo. O mapa, feito com dados de 2002, mostra que houve 50% a mais de episódios em relação ao dados da OMS
Sem contar os dados africanos, o novo mapa mostra uma distorção média no número de casos de 200%
(foto:Nature)
Para recalcular os casos clínicos de malária no mundo, e perceber que metade deles é desconhecida, um grupo de pesquisadores liderados por Robert Snow, que participa de grupos de pesquisa na Inglaterra e no Quênia, desenvolveu uma nova abordagem empírica para o tratamento das informações. Eles misturam dados epidemiológicos, geográficos e demográficos para chegar ao novo mapa.
Como na África o problema da malária é muito mais grave do que em outras partes do mundo, a OMS tem ações especiais para aquele continente. Nas outras áreas, como ocorre na América do Sul e no Brasil, por exemplo, a instituição mundial não tem políticas ativas de mapear a doença. Ela aceita dados dos próprios países. Segundo os autores do novo mapa, isso causa uma distorção ainda maior.
Ao considerar apenas dados de fora da África, a diferença entre os números da OMS e os novos, obtidos pelo método de tratamento das informações da pesquisa da Nature, chega aos 200%. Enquanto no Brasil ela é da ordem de três vezes, no Paquistão os casos de malária estariam subestimados na ordem de mil vezes.
O artigo The global distribution of clinical episodes of Plasmodium falciparum malaria de R. Snow, do grupo de Saúde Pública do Quênia e da Universidade de Oxford, Carlos Guerra, da Universidade de Oxford, Abdisalan Noor, do grupo de Saúde Pública do Quênia, Hia Myint, da Faculdade de Medicina Tropical de Bangkok e Simon Hay, também da Universidade de Oxford e do grupo queniano de pesquisa, pode ser lido no site da Nature, em www.nature.com
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