Depois do críquete, técnica vai investigar o risco de contusão em atletas de outras modalidades, como o futebol
(Foto:Evandro Teixeira/COB)

Mal de atleta
24 de agosto de 2004

Novo estudo desenvolve modelo matemático para tentar entender os motivos que levam os atletas a se contundirem mais do que aqueles que não praticam esportes

Mal de atleta

Novo estudo desenvolve modelo matemático para tentar entender os motivos que levam os atletas a se contundirem mais do que aqueles que não praticam esportes

24 de agosto de 2004

Depois do críquete, técnica vai investigar o risco de contusão em atletas de outras modalidades, como o futebol
(Foto:Evandro Teixeira/COB)

 

Agência FAPESP - Por que geralmente os atletas se lesionam mais do que quem não pratica esporte, mesmo estando em melhor forma? Um novo modelo matemático do corpo humano mostra que os esportistas geralmente se apóiam em uma determinada combinação de movimentos a qual não conseguem mudar facilmente.

Segundo a revista New Scientist, a descoberta pode ajudar a identificar atletas sujeitos a contusões antes que elas ocorram. Lesões motivadas por esportes são extremamente difíceis de estudar por causa de fatores como a ampla variedade de movimentos envolvidos, a complexa formação de ossos, tecidos musculares e cartilagens ou pela dificuldade em determinar como o corpo reage a grandes esforços.

Identificar os possíveis movimentos de apenas uma ou duas articulações requer uma enorme capacidade computacional. Some a isso mais algumas articulações e variáveis e os cálculos se tornam complexos até para um supercomputador.

Para solucionar o problema, os matemáticos Rudi Penne, da Universidade Karel de Grote, na Bélgica, e Henri Laurie, da Universidade de Cape Town, na África do Sul, descobriram uma maneira de simplificar a análise dos movimentos corporais por meio do uso de uma técnica conhecida como geometria projetiva.

Trata-se de uma maneira de estudar a relação entre duas linhas em termos de suas orientações, mas sem ter que lidar com as coordenadas. Com a solução, Penne e Laurie modelaram os movimentos de jogadores de críquete, que costumam se contundir com freqüência.

Ao analisarem de que forma os movimentos se combinam para arremessar a bola, os cientistas verificaram que a maioria das ações permite que o jogador faça pequenos ajustes, mas, em compensação, outras não deixam espaços para mudanças.

De acordo com os pesquisadores, o fenômeno, chamado de "redundância reduzida", tem um papel importante em lesões esportivas. Muitas contusões começam na forma de pequenos problemas, como microrrupturas musculares que se agravam pelo esforço repetitivo. Nos esportes em que mudanças nos movimentos exigidos não são possíveis, as pequenas lesões tendem a se tornar mais sérias.

O próximo passo do estudo é verificar como o modelo matemático se aplica a movimentos de atletas de outros esportes, como o futebol.


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