Carbono encontrado é mais antigo do que o Sol (foto: Nasa)

Mais velho que o Sol
26 de fevereiro de 2004

Carbono é identificado pela primeira vez em partículas de poeira interplanetárias. Segundo cientistas responsáveis pela descoberta, o material orgânico encontrado tem origem anterior à do Sistema Solar

Mais velho que o Sol

Carbono é identificado pela primeira vez em partículas de poeira interplanetárias. Segundo cientistas responsáveis pela descoberta, o material orgânico encontrado tem origem anterior à do Sistema Solar

26 de fevereiro de 2004

Carbono encontrado é mais antigo do que o Sol (foto: Nasa)

 

Agência FAPESP - Pela primeira vez, a presença de carbono é identificada em partículas de poeira interplanetárias. De acordo com os cientistas norte-americanos responsáveis pela descoberta, o material orgânico encontrado teria surgido há mais de 4,5 bilhões de anos, antes mesmo da criação do Sistema Solar.

O material, colhido na estratosfera terrestre, foi identificado com base na composição isotópica do carbono nele existente, que é de um tipo diferente da encontrada no Sistema Solar, segundo os cientistas da Universidade de Washington, em Saint Louis.

Os pesquisadores acreditam que o material orgânico encontrado tenha sido formado em nuvens moleculares existentes no espaço interestelar. Segundo eles, as anomalias isotópicas são produzidas por fracionamento químico nas temperaturas extremamente baixas encontradas em tais nuvens.

"É incrível que esse material tenha sobrevivido por tanto tempo", disse Christine Floss, do Departamento de Ciências Terrestres e Planetárias da universidade. A pesquisa, financiada pela Nasa, a agência espacial norte-americana, está sendo publicada na edição de 27 de fevereiro da revista Science.

Nos últimos 20 anos, cientistas têm encontrado anomalias isotópicas em hidrogênio e nitrogênio de partículas de poeira interplanetárias, mas esta é a primeira vez que a verificação é feita com o carbono.

De acordo com Christine, o motivo da descoberta é a utilização de novos instrumentos, como a microssonda iônica NanoSims, que permite a análise de partículas com resolução muito superior aos equipamentos existentes anteriormente. O NanoSims consegue analisar partículas com menos de 100 nanômetros (bilionésimos de metro) de diâmetro.


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