Pesquisadores da Unicamp desenvolvem tecnologia da antena do Saber M60, radar fabricado por empresa nacional que está sendo utilizado na defesa antiaérea de baixa altitude pelo Exército Brasileiro, no Rio de Janeiro (foto: divulgação)
Pesquisadores da Unicamp desenvolvem tecnologia da antena do Saber M-60, radar fabricado por empresa nacional que está sendo utilizado na defesa antiaérea de baixa altitude pelo Exército Brasileiro, no Rio de Janeiro
Pesquisadores da Unicamp desenvolvem tecnologia da antena do Saber M-60, radar fabricado por empresa nacional que está sendo utilizado na defesa antiaérea de baixa altitude pelo Exército Brasileiro, no Rio de Janeiro
Pesquisadores da Unicamp desenvolvem tecnologia da antena do Saber M60, radar fabricado por empresa nacional que está sendo utilizado na defesa antiaérea de baixa altitude pelo Exército Brasileiro, no Rio de Janeiro (foto: divulgação)
Agência FAPESP – Pesquisadores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) são os responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico da antena que compõe um radar, fabricado pela empresa nacional Orbisat, que está sendo utilizado no Rio de Janeiro pelo Exército Brasileiro.
Batizado de Saber M-60, sigla de Sistema de Acompanhamento de Alvos Aéreos por Emissão de Radiofreqüência, trata-se de um radar de pequenas dimensões utilizado para o monitoramento do espaço aéreo em baixas altitudes.
A partir de um sistema de emissão de radiofreqüência, o equipamento identifica qualquer aeronave que se encontre em um raio de 60 quilômetros ou sobrevoe a antena em uma altura de até 5 mil metros.
Por meio de um software também desenvolvido em parceria por pesquisadores da Unicamp, da Orbisat e do Centro Tecnológico do Exército (CTEx), o radar rastreia e fornece, em tempo real, a localização exata de até 40 alvos aéreos simultaneamente. Suas funções são semelhantes às de um radar de grande porte usado em aeroportos.
O software identifica as aeronaves observadas e define características como grau de ameaça, no caso de vôos clandestinos, facilitando a tomada de decisão do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Sisdabra) da Força Aérea Brasileira (FAB).
"As antenas, consideradas os olhos dos radares, são responsáveis pela composição do formato de radiação do Saber M-60", disse o coordenador do projeto no meio acadêmico, Hugo Hernández Figueroa, professor do Departamento de Microondas e Óptica da Feec/Unicamp, à Agência FAPESP.
"Para isso elas são compostas por dois planos principais de radiação, um horizontal e outro vertical. Assim as antenas direcionam a energia eletromagnética que é gerada pelo radar à uma determinada região do espaço aéreo. Essa energia bate no alvo e retorna para a antena para o reconhecimento do sinal pelo software", explica.
Os testes com o primeiro protótipo do radar, que é relativamente leve e pode ser transportado para qualquer ponto do país, foram realizados no ano passado durante os Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, onde ele auxiliou no monitoramento da chegada de competidores e chefes de Estado.
O valor de mercado do Saber M-60 é de cerca de R$ 3 milhões, custo que, segundo estimativa dos pesquisadores, equivale a aproximadamente 70% do valor de um equipamento similar importado.
Saber M-200
De acordo com Figueroa, o grupo de pesquisa do Departamento de Microondas e Óptica da Feec está se preparando para uma nova empreitada. Trata-se do desenvolvimento de uma antena, com dimensões maiores, que será utilizada por outros modelos de radares que deverão ter 200 quilômetros de alcance e altitude de mais de 10 mil metros.
"Os estudos para a elaboração da antena desse novo modelo, já nomeado de Saber M-200, devem começar oficialmente em junho deste ano", explica o professor. O objetivo é que eles sejam utilizados em sistemas de defesa antiaérea como, por exemplo, para a defesa de instalações estratégicas em centrais de energia, instalações militares, refinarias ou instituições governamentais.
Esses novos equipamentos também serão fabricados pela Orbisat, empresa que tem sede em Manaus e dois centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D), um voltado ao desenvolvimento de tecnologias para radares, em Campinas, e outro onde são realizados experimentos na área de engenharia eletrônica, em São José dos Campos, ambos no interior paulista.
Calcula-se que menos de dez países, a maioria na Europa, além dos Estados Unidos, dominem as tecnologias de fabricação de radares. Além do domínio nacional da tecnologia, outro ponto alto da parceria entre a Unicamp e a Orbisat é a formação de recursos humanos.
"Vários estão sendo os desdobramentos do projeto, mas talvez os principais deles sejam a sua grande contribuição para o desenvolvimento do parque industrial brasileiro e a transferência de conhecimento para o setor privado. Quatro alunos do nosso departamento já estão em fase de contratação pela Orbisat", disse Figueroa.
O projeto do Saber M-60 foi desenvolvido com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
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