Cientistas desenvolvem método de análise que torna possível estudar, por meio da luz visível, partes da galáxia que estejam próximas de buracos negros (ilust.: Nasa/Un.Sonoma)

Mais perto dos buracos negros
19 de novembro de 2004

Uma equipe de cientistas de diversos países consegue desenvolver um método de análise que torna possível estudar, por meio da luz visível, partes da galáxia que estejam próximas de buracos negros

Mais perto dos buracos negros

Uma equipe de cientistas de diversos países consegue desenvolver um método de análise que torna possível estudar, por meio da luz visível, partes da galáxia que estejam próximas de buracos negros

19 de novembro de 2004

Cientistas desenvolvem método de análise que torna possível estudar, por meio da luz visível, partes da galáxia que estejam próximas de buracos negros (ilust.: Nasa/Un.Sonoma)

 

Agência FAPESP - A partir de experimentos realizados em telescópios no Havaí e no Chile, um time internacional de astronômos, liderado por Makoto Kishimoto, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, descobriu que o estudo da luz polarizada emitida por um buraco negro é uma forma confiável de obter informações importantes de regiões da galáxia próximas a essas formações.

A partir de filtros acoplados a instrumentos ópticos, os pesquisadores conseguiram isolar uma parte da luz emitida pelos buracos negros que é espalhada pela atmosfera. Em termos bastante simplificados, o efeito obtido é mais ou menos o mesmo que se tem com um simples óculos escuros, cujas lentes barram o comprimento de luz que não se deseja receber na retina.

Segundo os cientistas, que publicaram a descoberta na edição atual do periódico da Sociedade Astronômica Real, essa é a primeira vez que se consegue usar a luz visível para focalizar uma parte da galáxia que está bastante próxima a um buraco negro.

O interesse dos pesquisadores, nesses casos, recai sobre áreas que atravessam um dia-luz. Até hoje, com esse tipo de procedimento, o máximo que se tinha conseguido havia sido separar a luz vísivel de áreas correspondentes a 100 dias-luz. Esse tipo de grandeza, usada pelos astronômos, é da ordem de 9,467305 x 10 elevado a 12 quilômetros. Isso é quanto a luz viaja, no vácuo, em um único dia de um ano-luz.

Com o isolamento de parte da luz visível por meio de filtros, os cientistas conseguiram encontrar um sinal bastante característico, chamado de linha de Balmer, que revela propriedades interessantes da área em que a luz foi emitida.

É possível obter informações, por exemplo, referentes à temperatura e à densidade das regiões próximas dos buracos negros. É a primeira vez, também, que esse sinal, normalmente relacionado ao estudo do Sol, é usado para os buracos negros.


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