Estudo publicado na Science afirmava que o Brasil teria mais de cem espécies de anfíbios ameaçadas de extinção. Agora, pesquisadores apontam erro metodológico e dizem que o número correto é 24

Mais do que se imaginava
26 de outubro de 2005

Estudo publicado na Science afirmava que o Brasil teria mais de cem espécies de anfíbios ameaçadas de extinção. Agora, pesquisadores apontam erro metodológico e dizem que o número correto é 24

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Estudo publicado na Science afirmava que o Brasil teria mais de cem espécies de anfíbios ameaçadas de extinção. Agora, pesquisadores apontam erro metodológico e dizem que o número correto é 24

26 de outubro de 2005

Estudo publicado na Science afirmava que o Brasil teria mais de cem espécies de anfíbios ameaçadas de extinção. Agora, pesquisadores apontam erro metodológico e dizem que o número correto é 24

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - A situação em alguns ambientes – e para algumas espécies – pode até estar realmente adversa, mas o número de anfíbios ameaçados de extinção no Brasil é muito menor do que o divulgado pela revista Science.

Publicado em 2004, o estudo estava baseado nos dados da Avaliação Global dos Anfíbios (GAA, na sigla em inglês) e afirmava que a lista de anfíbios ameaçados de extinção no Brasil tinha mais de cem espécies. "Eles superestimaram os números de espécies ameaçadas. Isso ocorreu por um erro metodológico", disse Célio Haddad, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), à Agência FAPESP.

O pesquisador assina o novo artigo, publicado no mês passado também pela Science. Além de Haddad, participaram da redação do comentário técnico Bruno Pimenta, Carlos Alberto Cruz e José Pombal Jr., todos do Museu Nacional do Rio de Janeiro, e Luciana Nascimento, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. A edição traz também uma tréplica publicada na revista, que não retificou os dados apresentados em 2004.

"A lista do GAA tinha 110 espécies. A nossa, que inclusive foi bastante discutida entre a comunidade científica, tem 24 ameaçadas de extinção", afirma Haddad. Segundo ele, algumas das espécies apresentadas no estudo estrangeiro são bastante comuns em algumas regiões brasileiras.

"É o caso da Physalaemus atlanticus, que pode ser encontrada de Santos, no litoral paulista, até Parati, no Rio de Janeiro", diz. De acordo com Haddad, são vários os exemplos de espécies consideradas ameaçadas pelo GAA que são abundantes e apresentam ampla distribuição no Brasil.

O pesquisador da Unesp explica que nem mesmo a tese de que os anfíbios estão em acentuado declínio no mundo todo deve ser totalmente aceita. "Em alguns casos, faltam dados para se afirmar isso. Apenas em determinadas situações essa queda pode ser constatada", afirma.

O comentário Status and trends of amphibian declines and extinctions worldwide pode ser lido no site da revista Science de 23 de setembro, em www.sciencemag.org.


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