Maior dos primatas
16 de novembro de 2005

Por meio da datação de fósseis encontrados na China, pesquisador canadense consegue determinar que o Gigantopithecus, com 3 metros de altura e 500 quilos, coexistiu com o homem

Maior dos primatas

Por meio da datação de fósseis encontrados na China, pesquisador canadense consegue determinar que o Gigantopithecus, com 3 metros de altura e 500 quilos, coexistiu com o homem

16 de novembro de 2005

 

Agência FAPESP - O maior de todos os primatas, que atingia cerca de 3 metros de altura e 500 quilos, não foi anterior, mas coexistiu com o homem. A afirmação é de Jack Rink, professor de geografia e ciências da Terra da Universidade McMaster, no Canadá.

Por meio do uso de um método de datação altamente preciso, que usa técnicas como ressonância de spin eletrônico induzida por luz, Rink conseguiu determinar que o Gigantopithecus blackii habitou a Ásia por quase 1 milhão de anos e desapareceu há cerca de 100 mil anos.

Nesse mesmo período, o Pleistoceno, antepassados do homem moderno já povoavam o planeta. Apesar de ter vivido no mesmo momento que o homem, o Gigantopithecus felizmente não era carnívoro, alimentando-se basicamente de bambu.

"Um pedaço do quebra-cabeça que faltava era determinar quando o Gigantopithecus existiu", explica Rink em comunicado da universidade canadense. "Trata-se de um primata que coexistiu com os humanos quando esses passavam por uma grande mudança evolucionária. Além disso, a província de Guangxi, na China, onde os fósseis forem encontrados, é a mesma região que alguns acreditam ter sido o berço do homem moderno."

O estudo com o primata gigante começou em 1935, quando o paleontólogo holandês G.H. von Koenigswald descobriu um curioso molar entre os artigos vendidos como "ossos de dragão" em uma farmácia em Hong Kong – pela medicina tradicional chinesa, tais peças contêm poderes curativos e são moídas e ingeridas.

Desde então, o Gigantopithecus blackii tem intrigado os cientistas, que conseguiram descrever a espécie usando apenas um par de mandíbulas e um punhado de dentes. "O tamanho dessas peças, como a coroa do molar, por exemplo, com uma polegada de largura, nos ajudou a conhecer o tamanho extraordinário desse primata", disse Rink, que atualmente está na Tailândia, onde se acredita que o Gigantopithecus também tenha estado presente.


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