Plástico desenvolvido na UnB, por Jussara Durães, poderá ser degradado no ambiente em um tempo mais curto do que o atual, que pode chegar a até 450 anos
(foto: Rodolfo Grilu/UnB Agência)
Mistura de óleo de buriti com dois tipos de polímeros acelera o processo de degradação do plástico na natureza e gera um material que absorve radiação solar e se torna fotoluminescente
Mistura de óleo de buriti com dois tipos de polímeros acelera o processo de degradação do plástico na natureza e gera um material que absorve radiação solar e se torna fotoluminescente
Plástico desenvolvido na UnB, por Jussara Durães, poderá ser degradado no ambiente em um tempo mais curto do que o atual, que pode chegar a até 450 anos
(foto: Rodolfo Grilu/UnB Agência)
Agência FAPESP - Experimentos realizados no Laboratório de Pesquisa em Físico-Química de Polímeros, na Universidade de Brasília (UnB), juntaram dois componentes inusitados. A adição de óleos naturais a dois tipos de polímeros gerou resultados interessantes, que poderão ter diversas aplicações.
Um produto derivado de um fruto típico da região Amazônica, o óleo de buriti, foi adicionado na síntese de compósitos de poliestireno, material utilizado na produção de copos descartáveis, e do polimetacrilato de metila, matéria-prima para peças de acrílico. No primeiro caso, as conseqüências são importantes fundamentalmente para o meio ambiente.
Segundo a autora da pesquisa, Jussara Angélica Durães, o óleo de buriti mostrou-se capaz de acelerar a degradação do polímero. "Ainda é cedo para dizer com exatidão o quanto é possível diminuir o tempo de degradação do novo material. Mas, a partir do momento em que o óleo não se modifica na estrutura do polímero, existem várias partes dentro do plástico que certamente irão se degradar com mais rapidez", disse a química à Agência FAPESP. Plásticos comuns podem levar até 450 anos para se decompor.
O estudo Compósitos fotoprotetores obtidos a partir do poliestireno e do polimetacrilato de metila dopados com óleo de buriti foi orientado por Maria José Sales, professora do Instituto de Química da UnB. O trabalho foi desenvolvido em parceria com Sanclayton Geraldo Moreira, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), responsável pela extração do óleo e pelas medidas das propriedades ópticas dos compósitos.
A adição do óleo de buriti ao polimetacrilato de metila também gerou uma conseqüência importante. O polímero passou a absorver a radiação solar e a funcionar como elemento fotoprotetor. "O óleo natural faz com que o material consiga absorver radiação solar na região do ultravioleta. Isso ocorre porque o plástico incorpora com facilidade as propriedades do óleo, permitindo também que o material se torne fotoluminescente, capaz de emitir luz na região do visível", explica a orientadora Maria José Sales.
Os pesquisadores acreditam que o novo material poderá ser utilizado, por exemplo, na fabricação de óculos escuros para bloquear a ação do sol e na fabricação de Leds, diodos emissores de luz muito utilizados em aparelhos eletrônicos.
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