Pesquisadores do Museu Goeldi identificam 15ª espécie de serpente do gênero Atractus na Amazônia brasileira, encontrada na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Pará (foto: divulgação)

Lugar de muita cobra
15 de setembro de 2006

Pesquisadores do Museu Goeldi identificam 15ª espécie de serpente do gênero Atractus na Amazônia brasileira, encontrada na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Pará

Lugar de muita cobra

Pesquisadores do Museu Goeldi identificam 15ª espécie de serpente do gênero Atractus na Amazônia brasileira, encontrada na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Pará

15 de setembro de 2006

Pesquisadores do Museu Goeldi identificam 15ª espécie de serpente do gênero Atractus na Amazônia brasileira, encontrada na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Pará (foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - A Floresta Nacional do Caxiuanã, com seus 33 mil hectares e localizada a 350 quilômetros de Belém, continua fazendo jus ao nome. Na língua tupi, o que demonstra a sabedoria indígena, o nome da reserva significa "lugar de muita cobra".

Desta vez, os pesquisadores conseguiram identificar uma espécie inédita do gênero Atractus, que desde 2003 não ganhava um novo exemplar. Agora, são 15 espécies identificadas em toda a Amazônia brasileira. No total, desde a América Central até o Sul do Brasil, o grupo soma cem espécies.

Bastaram três exemplares para que Ana Lúcia da Costa Prudente, pesquisadora da Coordenação de Zoologia do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), notasse a novidade taxonômica, após a análise comparativa entre os répteis coletados e outros depositados nas coleções do museu.

"A Atractus caxiuana, como foi nomeada a serpente, em homenagem à floresta, tem cauda totalmente negra, apresenta duas manchas brancas atrás de cada olho e escamas na cabeça bem particulares, o que torna sua escutelação [padrão de distribuição das escamas] cefálica bem diferente das outras espécies", explicou Ana Lúcia à Agência FAPESP.

"A novidade foi achar esse conjunto de caracteres em um mesmo exemplar", disse a cientista, que fez a descrição ao lado de Maria Cristina dos Santos Costa, pesquisadora do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA). A Atractus caxiuana não é peçonhenta.

Ana Lúcia afirma que, no âmbito da pesquisa básica, essa descoberta é importante para o aumento do conhecimento da biodiversidade brasileira, em especial na região amazônica. Indiretamente, o estudo também reforça a utilidade que existe em preservar grandes áreas florestadas na região.

Como é praxe em toda descoberta zoológica, um dos três animais coletados foi designado como a prova física de que a espécie realmente existe. "Chamamos esse exemplar de holótipo por ser o que melhor reúne todos os caracteres identificados na espécie. As descrições do holótipo são utilizadas como referência pela comunidade científica mundial e servem para revisões futuras da espécie", explica Maria Cristina.

O artigo sobre a descoberta da Atractus caxiuana foi publicado na Zootaxa, publicação avaliada com conceito máximo pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação. No endereço www.mapress.com/zootaxa é possível ler o resumo do artigo com a descrição da espécie.


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