Obra é resultado da tese de doutorado de Luiz Felipe Bruzzi Curi, ex-bolsista da FAPESP e professor da UFMG. Premiação foi concedida pela Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (imagem: reprodução)

Livro sobre a influência alemã na formação do pensamento econômico brasileiro recebe prêmio nacional
23 de novembro de 2021

Obra é resultado da tese de doutorado de Luiz Felipe Bruzzi Curi, ex-bolsista da FAPESP e professor da UFMG. Premiação foi concedida pela Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica

Livro sobre a influência alemã na formação do pensamento econômico brasileiro recebe prêmio nacional

Obra é resultado da tese de doutorado de Luiz Felipe Bruzzi Curi, ex-bolsista da FAPESP e professor da UFMG. Premiação foi concedida pela Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica

23 de novembro de 2021

Obra é resultado da tese de doutorado de Luiz Felipe Bruzzi Curi, ex-bolsista da FAPESP e professor da UFMG. Premiação foi concedida pela Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (imagem: reprodução)

 

Agência FAPESP – O livro Nationalökonomie nos Trópicos: pensamento econômico alemão no Brasil (1889-1945) (Hucitec Editora, 2021), de autoria do professor Luiz Felipe Bruzzi Curi, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), recebeu o prêmio de “Melhor Tese de Doutorado” da Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica.

A obra é resultado de pesquisa conduzida durante o doutorado de Curi, com apoio da FAPESP. Nela, o professor mostra que o pensamento econômico brasileiro teve, em sua formação, influências de origem alemã.

“Vale dizer que as linhas de pensamento econômico mais influentes no mundo, no século 19 e início do 20, são de origem britânica”, comenta Curi, em entrevista à Agência FAPESP.

A pesquisa foi feita em arquivos e bibliotecas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Stuttgart (Alemanha). “Basicamente, consultei acervos de bibliotecas para verificar se havia ali evidências da circulação de ideias de origem alemã. Um exemplo do tipo de método pode ser dado a partir da minha pesquisa na Fundação Casa de Rui Barbosa (RJ), onde tive acesso à biblioteca pessoal de Rui Barbosa”, conta.

“Nesses livros, pude verificar, por meio dos sublinhados e comentários deixados por Rui Barbosa, que vários argumentos usados por ele para explicar e justificar a política econômica adotada no período conhecido como Encilhamento [1890-1891] foram retirados de livros de pensadores alemães, como Adolph Wagner. Na Alemanha, durante o Estágio de Pesquisa no Exterior, pude ter acesso a fontes originais não disponíveis no Brasil. Um exemplo interessante são os textos, publicados em jornais alemães dos anos 1930, escritos por Carl Landauer, economista alemão cujas ideias serviriam de referência para o industrial Roberto Simonsen [1889-1948] em sua defesa do planejamento econômico”, completa o professor.

O livro trata sobre assimilações, no Brasil, de linhagens germânicas de pensamento econômico, entre 1889 e 1945. A obra é dividida em três partes: questões teóricas e historiográficas que orientaram a pesquisa; o pensamento econômico alemão; e as apropriações germânicas de Rui Barbosa, dos industrialistas na transição republicana, do professor de economia política e jurista gaúcho Francisco Simch (1877-1937) e de Roberto Simonsen.

“A principal conclusão do trabalho é que houve apropriação efetiva do pensamento econômico alemão no Brasil, embora os temas não tenham sido incorporados de maneira uniforme”, finaliza Curi.

Nationalökonomie nos Trópicos: pensamento econômico alemão no Brasil (1889-1945) tem 370 páginas, custa R$ 83,90 e pode ser comprado pelo site da editora.
 

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.